Fazer o Globo Repórter Serra Catarinense foi uma grande aventura. Eu só não estava preparado para ela. Meus joelhos, certamente também não. Eles ficaram doloridos e até hoje rangem depois dos 70 quilômetros percorridos em seis dias no Campo dos Padres, onde estão os pontos mais altos do Estado – Morro da Boa Vista e Morro da Bela Vista do Guizoni. Mas não exitaria em carregar de novo aquela pesada mochila de 65 litros.

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O teto de Santa Catarina tem algumas das paisagens mais impressionantes do Brasil. Tive o privilégio de “tocá-lo” na companhia dos colegas da NSC TV, de montanhistas e dos poucos moradores locais. Sem a experiência deles e do apoio dos cavalos – que carregaram os equipamentos de gravação, barracas e comida – nada disso seria possível.

Este Globo Repórter começou a ser imaginado em 2016. Queríamos um programa surpreendente. Uma Santa Catarina ainda desconhecida da maioria dos catarinenses. Algo pra encantar e dar orgulho. Fomos atrás dos cenários, em busca de gente e suas histórias.

A bússola apontou para a Serra. Assim veio a ideia de atravessar o Campo dos Padres, lugar de natureza intocada que guarda lendas de tesouros enterrados por jesuítas. Atrás deles, muita gente usou picaretas no passado. Bruno da Silva, de 77 anos, chegou a comprar um detector de metais e procurou pelas riquezas anos a fio. Será que descobriu?

Decidimos percorrer a belíssima Coxilha Rica, a área rural de Lages onde o tempo parece ter parado. Rodamos 800 quilômetros de fazenda em fazenda. Os estrangeiros estão descobrindo a Coxilha e dizem que não há melhor lugar no mundo para cavalgar.

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A gente também fez descobertas. Na casa da família Lopes, no interior de Bom Retiro, colhi e provei um tipo único de mel. Ele não vem das flores. Então, o que as abelhas sugam para fazê-lo? Bom, o programa vai mostrar. Posso dizer que é delicioso. E, segundo os pesquisadores, o mais rico em substâncias antioxidantes.

Depois, em São Joaquim, experimentei uma fruta que os serranos têm no fundo do quintal e apreciam há muito tempo. Ela vem sendo desenvolvida por cientistas. Está sendo chamada de “fruta do futuro” por seu potencial medicinal. Tão saborosa que a nossa equipe não conseguia parar de comer.

Em Rio Rufino, conhecemos a Casa do Chá. Não, nada a ver com tortas e bolos. Este é o nome simpático dado a um pequeno laboratório do município. Nele são produzidos medicamentos fitoterápicos que tratam os moradores e também os bichos da cidade. Tudo de graça, com ervas nativas da região.

As gravações do programa começaram na primavera de 2017, na floração das cerejeiras de Frei Rogério. Para os japoneses, a flor da cerejeira é símbolo da beleza e fragilidade da vida. Quem sabe disso é o seu Wataru, sobrevivente da bomba de Nagazaki. A história dele mexeu com a gente. Aposto que vai mexer com vocês também.

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O quê: Programa Globo Repórter Serra Catarinense

Quando: na noite desta sexta-feira (24), logo após a novela das 21h, “O Segundo Sol”

Onde: NSC TV

Equipe

Repórter: Ricardo von Dorff

Repórteres cinematográficos: Jean Carlos e Marcos Schmitt

Auxiliar técnico: Jhonathan Martins e Guilherme Marques

Direção: Mário César Gomes

Supervisão geral: Margarida Santi

Globo Repórter mostra as belezas naturais da Serra catarinense

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