Em tempo de Copa do Mundo, uma vitória de virada, como a da Bélgica em cima do Japão, ganha ares de épica. E a conquista do cinturão dos meio-médios do Pancrase, em Tóquio, tem o mesmo sabor para o catarinense Glaico França, que no domingo finalizou Takashi Sato com um mata-leão no quarto round.
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Os dois primeiros assaltos foram parelhos, mas no terceiro o japonês aplicou uma sequência avassaladora de cotoveladas e por pouco não nocauteou o lutador de Curitibanos. Após resistir, Glaico chegou ao quarto round concentrado e conseguiu derrubar o rival, que sucumbiu após ser pego em um estrangulamento.
— É difícil até de explicar porque ele me bateu muito. Eu estava sangrando por fora e por dentro do nariz, estava difícil de respirar, mas não existe luta perdida. Enquanto tiver energia, mesmo que as vezes não tenha, sempre vou confiar na vitória independentemente da situação se está ruim ou boa. Essa é a mentalidade que tem que ter. A luta é assim mesmo, chumbo trocado, e me senti muito bem do jeito que conquistei a vitória e mostrou que estou pronto pra tudo, ainda mais que foi no quarto round. O Sato acelerou para me nocautear, o que acabou não acontecendo, e eu me recuperar mais que ele no final do terceiro round. O Tim (Ruberg, técnico) me falou que se eu pegasse as costas dele a gente iria ganhar a luta. E foi o que aconteceu — comentou Glaico direto de Tóquio.
Além do triunfo, Glaico se emocionou ao lembrar o amigo Alan dos Santos, lutador de MMA de Balneário Camboriú que morreu de câncer em maio deste ano. Os dois eram companheiros na equipe Astra Fight Team.
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— Essa vitória é dedicada a ele, que era uma excelente pessoa e estará sempre nos nossos corações, e fiquei muito feliz em dedicar essa vitória pra ele. O Alan estava sempre de bem com a vida e era um grande exemplo pra todos nós.
Com o cinturão do Pancrase, o campeão da última temporada do reality show TUF Brasil, em 2015, almeja retornar ao UFC. Ele fez duas lutas na organização após o fim do programa, sendo derrotado por James Vick e Gregor Gillespie, ambas por decisão, e acabou sendo cortado da franquia.
— Esse cinturão era o passo que faltava pra chegar no UFC, acredito que com seis vitórias seguidas no Aspera FC, no maior evento do Brasil, e no Pancrase, um dos maiores do mundo e é transmitido pelo UFC Fight Pass, acredito que não tenha mais nada que provar. Quando eu lutava no UFC eu estava na categoria errada, agora estou no 77 (kg, meio médio) e essa é a certa.
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