De volta a Santa Catarina, o técnico da Tigre/Unisul diz ter ficado impressionado com a estrutura montada e qualidade internacional do Pan, além da organização do espetáculo.

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– Parecia um outro mundo. Até os policiais estavam camuflados para não produzir sensação de risco – lembra.

Para Giovane, o Brasil até pode pensar em sediar uma olimpíada, em 2016, também no Rio, mas precisa avaliar questões importantes, como se vai investir em novas gerações para transformar o país em um verdadeiro celeiro de atletas e cidadãos conscientes.

Segundo o treinador da Unisul, o sucesso de três gerações no vôlei, basquete e futsal, principalmente, deve-se a patrocínios importantes, como da Petrobras, Caixa Econômica Federal e empresas privadas.

– Infelizmente, o atletismo não tem o apoio que precisa para desenvolver-se, embora o nível de exigência seja bem menor. Tendo tênis de qualidade e espaço para correr, poderemos revelar muitos valores – argumenta.

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Giovane entende, contudo, que as causas da fragilidade desportiva brasileira, diante do seu enorme potencial humano, estão nas raízes sociais.

– As escolas públicas estão desestruturadas. Se houvesse equipamentos e outros recursos, com certeza as crianças estariam sendo preparadas com segurança e qualidade para o atletismo e se preparando para o exercício da cidadania. Infelizmente, o desporto privilegia também a classe média, que pratica vôlei, basquete, futsal e outras modalidades. A socialização do esporte é a carência brasileira – enfatiza.

Lei de incentivo ajudará a desenvolver modalidades

O bicampeão olímpico acredita que a entrada em vigor da lei de incentivo ao esporte, que determinará a aplicação de R$ 200 milhões por ano, deverá mudar profundamente a realidade e modalidades como o atletismo serão muito valorizadas.