Um casal é considerado infértil quando não alcança a gravidez desejada ao fim de um ano de vida sexual contínua, sem métodos contraceptivos. Isso ocorre com 280 mil casais brasileiros, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde. O problema pode ser resolvido com tratamentos de baixa e alta complexidade, além de técnicas complementares, como explica a seguir o ginecologista Joji Ueno, do Hospital Sírio-Libanes e da clínica Gera, ambos de São Paulo.

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:::: Baixa Complexidade

:: Coito Programado

Induz a ovulação com medicamentos hormonais que estimulam o ovário a produzir óvulos férteis. Indicado para homens com boa qualidade de espermatozoides e mulheres que apresentam tubas pérvias sem obstrução.

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– Após ser diagnosticada a maturidade dos óvulos por meio de ultrassom, o casal será orientado sobre os melhores momentos para manter relações sexuais com chances de fecundação – diz Ueno.

:: Inseminação Artificial Intrauterina (IIU)

Para casos em que a qualidade ou quantidade de espermatozoides for reduzida. Ou se o muco cervical for hostil ao esperma.

– A técnica consiste na injeção no útero de espermatozoides selecionados. O procedimento é muito simples e pode ser realizado no consultório do médico, sem necessidade de internação. A inseminação pode ser realizada dentro do ciclo natural da mulher ou após a estimulação dos seus ovários com hormônios – conta o médico.

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O sucesso de uma gravidez por meio desse procedimento oscila entre 15% e 20% por tentativa.

:::: Alta Complexidade

:: Fertilização In Vitro Convencional (FIV)

A FIV é indicada para casais que apresentam ausência ou obstrução tubária, reversão de laqueadura tubária, endometriose severa e falência ovariana, entre outros fatores.

– A técnica consiste na retirada de óvulos do ovário da paciente. O óvulo é fecundado pelo espermatozoide num pequeno recipiente de vidro (de nome proveta), num ambiente controlado. Logo após a fecundação, é feita a transferência dos embriões para o útero – explica o ginecologista.

:: Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóide (ICSI)

Recomendada para o homem que apresenta baixa quantidade de espermatozoide. O método consiste na introdução de um único espermatozoide dentro do óvulo.

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– A ICSI leva o mesmo procedimento da FIV. A diferença entre os dois tratamentos está no processo de fecundação do óvulo. Enquanto, na FIV o óvulo é incubado com cerca de 100 a 500 mil espermatozoides, na ICSI somente um espermatozoide é utilizado por óvulo – afirma Ueno.

::: Técnicas Complementares

:: Congelamento de Pré-embriões

Essa técnica apresenta uma taxa de sucesso semelhante aos pré-embriões a fresco. Além disso, o método oferece a vantagem de uma nova chance de gestação com menor custo.

– Os pré-embriões excedentes são colocados em uma solução especial com uma substância protetora e depois estocados em botijões de nitrogênio líquido, com a temperatura equivalente a -196ºC” – detalha o especialista.

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No momento do descongelamento, os pré-embriões são descongelados 5 a 24 horas antes da transferência. O útero da paciente deve estar preparado para receber os pré-embriões descongelados, que são introduzidos por meio de medicamentos ou acompanhamento de ciclos espontâneos, em casos indicados.

:: Congelamento de Óvulos

Esse método consiste em congelar os óvulos com o fim de preservar a fertilidade feminina para serem utilizados futuramente. É um método seguro que não apresenta riscos à paciente e nem ao bebê. Esse tratamento também é indicado para quem têm como antecedente familiar à menopausa precoce.

:: Doação de Óvulos

O tratamento é indicado para as mulheres que são incapazes de produzir seus próprios óvulos ou que apresente uma baixa qualidade na produção de óvulos. O sucesso desse procedimento irá depender da idade do óvulo. Os óvulos de mulheres com menos de 35 anos tem mais chances de desenvolver uma gestação.

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:: Diagnóstico Genético Pré-Implantacional (PGD)

É uma técnica inovadora indicada para quem apresenta problemas com transmissão de doenças genéticas.

– O método consiste na retirada de uma a duas células de cada pré-embrião para serem analisadas. Após o diagnóstico, serão transferidos para o útero materno somente os pré-embriões que não apresentarem chances de desenvolver a doença genética – diz Ueno.