O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes voltou a criticar nesta sexta-feira o vazamento de informações sobre os pedidos de prisão da cúpula do PMDB feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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— Quem exerce funções legais não pode sair cometendo ilegalidades — disse o ministro, em entrevista à Rádio Estadão.
Mendes já havia criticado o vazamento na terça-feira passada. No entanto, ele avaliou que os ministros da corte não se sentirão pressionados no julgamento dessa questão, porque são muito experientes e sabem lidar com as diversas opiniões. Mendes não soube dizer quando e se esses pedidos de prisão irão a plenário, argumentando que é uma decisão do relator da Lava-Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki.
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Na entrevista, Gilmar Mendes declarou que esse e outros vazamentos têm ocorrido em processos que deveriam ficar em sigilo.
— A toda hora nos defrontamos com esse tipo de situação — criticou.
O ministro destacou que algumas das “manifestações da PGR chegam antes à imprensa do que ao gabinete do relator”. E frisou que é preciso cuidado para que isso não se transforme em flagrantes abusos, porque tais assuntos merecem ser tratados com respeito.
Questionado sobre o pedido de investigação do senador tucano Aécio Neves (MG), o ministro disse que as investigações estão abertas e que não há novidade com relação ao caso.
Mendes foi indagado também sobre as críticas de que, na Lava-Jato, a primeira instância (a Vara de Sérgio Moro, em Curitiba) atua de maneira acelerada, contando com várias condenações, e, no caso dos políticos, que têm foro privilegiado, e os processos ficam com o STF, a celeridade não é a mesma.
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Em resposta, o ministro disse que o STF não é uma corte dedicada apenas às matérias penais.
— Há mais inquéritos abertos (no STF , há um total de 50) do que denúncias oferecidas pela procuradoria (no total de 11) — justificou.