Vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e integrante do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Gilmar Mendes criticou no domingo a postura do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em relação às investigações da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Mendes afirmou que Janot deveria evitar agir como defensor da presidente.
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– O procurador deveria se ater a cuidar da Procuradoria Geral da República e procurar não atuar como advogado da presidente Dilma – disse.
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A afirmação é uma resposta ao parecer do procurador-geral, que pediu o arquivamento do pedido do ministro para que uma das empresas fornecedoras da campanha da petista seja investigada. Por meio do parecer, Janot desaprova a atuação da Justiça e do Ministério Público, chamados por ele de “protagonistas exagerados do espetáculo da democracia”.
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De acordo com o jornal, a empresa VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior LTDA recebeu R$ 22,9 milhões por publicidade e materiais impressos da campanha da presidente. Apesar do parecer negativo do procurador-geral, Mendes reafirmou que é necessário realizar a investigação.
Além do questionamento feito pelo ministro, a decisão de Janot também recebeu críticas da oposição. Em nota, líderes do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade na Câmara dos Deputados avaliaram que o tom adotado pelo procurador-geral causou “grande estranheza” e consideraram que ele parece “querer dar lições” ao TSE e aos partidos oposicionistas. “No processo eleitoral, eleitores, partidos, Justiça Eleitoral e Procuradoria têm papéis distintos e complementares e é fundamental que todos cumpram o que lhes cabe, com equilíbrio e isenção. Inconveniente seria se não o fizessem”, diz o pronunciamento.