O ex-deputado e ex-secretário de Turismo e Esporte (SOL), Gilmar Knaesel (PSDB), e Lilian Cristina de Oliveira foram soltos nesta terça-feira após conseguirem habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Os dois estavam presos desde o dia 13 de junho, quando a Polícia Civil deflagrou a operação Bola Murcha, que investiga desvio de dinheiro público, principalmente da SOL, repassado por meio de subvenções sociais a Organizações Não Governamentais (ONGs). Os dois também são citados em denúncia entregue pelo Ministério Público Estadual na semana passada. Quatro pessoas foram presas na operação Bola Murcha, as outras duas continuam em unidades prisionais do Estado.

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Gilmar Knaesel foi liberado do Complexo Penitenciário de Itajaí por volta das 17h desta terça-feira, uma hora depois da comunicação da Justiça para a unidade prisional. De acordo com funcionários da prisão, o ex-deputado teria saído em uma caminhonete branca sem falar com a imprensa. De acordo com o alvará de soltura emitido pelo Tribunal de Justiça, a liberdade dada a Knaesel é provisória e está condicionada a três obrigações: comparecimento periódico em juízo a cada 15 dias, não se ausentar da comarca e ainda proibição de manter qualquer tipo de contato com outros réus no processo. Condições parecidas foram dadas a Lilian Cristina de Oliveira, liberada da Penitenciária Feminina da Capital na tarde desta terça-feira.

Durante a semana, o advogado de defesa de Knaesel, Marlon Charles Bertol, chegou a reclamar do tratamento dado ao acusado, especialmente por terem raspado seu cabelo e o algemado, e pedido sua transferência para a prisão do Batalhão da Polícia Militar de Itajaí. O corte do cabelo foi comprovado pelo presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da OAB em Itajaí, Leonardo Costella, que visitou Knaesel na segunda-feira.

Em denúncia entregue na semana passada, a promotora Darci Blatt, da 27ª Promotoria da Capital aponta o ex-deputado como líder de um “esquema criminoso” e acusa outras 12 pessoas de participarem das irregularidades que originaram a operação Bola Murcha. Além dos crimes de cada denunciado, o MPSC pede fixação de multa de R$ 976.878,50 aos acusados, valor referente aos desvios provocados na fraude em repasses do Governo a seis associações sem fins lucrativos. A denúncia ainda não foi analisada pela Justiça.

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