*Por Gilmar Ferreira, comentarista
Até o início da noite da última quarta-feira, se me perguntassem se eu teria um prognóstico para a decisão do Catarinão deste domingo (21) no Estádio da Ressacada, eu responderia sem pestanejar: o Avaí leva o título. Falaria baseado tanto na melhor campanha do time de Geninho na fase de classificação (mais vitórias, melhor ataque e defesa menos vazada), quanto na vantagem do Leão nos cinco últimos confrontos com a Chapecoense — três vitórias, um empate e uma derrota.
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Mas a vitória de 1 a 0 dos comandados de Ney Franco sobre o misto do Corinthians, na primeira partida da quarta fase da Copa do Brasil, na Arena Condá, me fez lembrar tanto da rivalidade dos clássicos regionais, quanto das conquistas da Chape nos Estaduais de 2011 e 2017, sobre o mesmo Avaí. Foi então quando optei pela prudência. Porque, quando dois gigantes do Estado se encontram numa final, a melhor forma de não passar vergonha é esperar que o "campo fale".
Cá pra nós: esse "clichezão" futebolístico é uma baita bengala para gatos-mestres escaldados como eu fugirem da responsabilidade que nos cabe. Mas explico: este final de semana santo é cheio de armadilhas, com decisões de títulos estaduais pelo país afora. E, salvo aqueles casos em que um dos envolvidos construiu vantagem significativa no primeiro jogo de uma final de 180 minutos, muito pouco se pode dizer. Algo como fizeram Flamengo e Fortaleza, por exemplo, nos 2 a 0 sobre Vasco e Ceará, respectivamente.
Ou você aí, que agora me lê, é capaz de assegurar que o Corinthians que empatou em 0 a 0 os primeiros 90 minutos com o São Paulo, no Morumbi, suportará a pressão emocional ao encarar, em sua própria Arena Itaquera, um adversário "franco atirador"? Ou apostar que os 2 a 1 do Cruzeiro no primeiro jogo contra o Atlético-MG, no Mineirão, garantem o título para o ótimo time de Mano Menezes? Esqueceram que o segundo jogo será no Independência e que "caiu no Horto…", vocês sabem. Não me arrisco.
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Imaginem se digo que o 1 a 0 do Toledo sobre o Athletico-PR ficou barato para um novo confronto na Arena da Baixada? Imaginem, então, como fico ao opinar sobre a decisão no Alagoano sabendo que são dois jogos no Rei Pelé e que o CSA venceu o primeiro por 1 a 0…
Enfim, recorro a mais um clichê eternizado pelo cearense Jardel, ex-Vasco e Grêmio, que um dia disse tudo o que eu gostaria de lhe dizer: "Clássico é clássico, e vice-versa…"
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