Falar sobre Brusque depois de 47 anos vividos aqui é como contar uma saga de muitas mudanças. Não quero mostrar histórias que aparecem nos livros com muitas datas e nomes específicos. Gosto de contar do meu jeito.

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Colonizada por imigrantes alemães, italianos e poloneses, a história da cidade sempre foi e continua contada como uma cidade de povo trabalhador e ordeiro. A colonização nos trouxe culturas curiosas e de sabor poético, quase engraçadas por se tratar de um município que até pouco tempo ainda era conhecido como provinciano. Falo de costumes característicos porque só cidades pequenas trazem na bagagem fatos difíceis de encontrar nos grandes centros e isso é deliciosamente necessário.

Lembro-me de um tempo em que, para que as pessoas soubessem sobre a origem, perguntavam: “De que família você é?” Para terem certeza da procedência da sua índole. E isso ainda acontece nos dias de hoje para o desespero das milhares de pessoas que migraram para cá vindas de outros estados.

Para se ter uma ideia da importância de Brusque, contamos com dois títulos que muito nos orgulham: Berço da Fiação Catarinense e Capital da Pronta Entrega. Foi na cidade que se iniciou um dos maiores polos têxteis de Santa Catarina e do Brasil. Foi em Brusque que se originaram as primeiras geladeiras da marca Cônsul, em 1945, e somos conhecidos como Berço dos Jogos Abertos.

Também está em Brusque o primeiro Clube de Caça e Tiro, ou Schützenverein, do Estado e o mais antigo do gênero na América Latina, o Clube Caça e Tiro Araújo Brusque, fundado em 14 de julho de 1866.

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Orgulho é o que não falta aos brusquenses de nascimento e aos brusquenses de coração que adotaram este lugar.

O município é como uma fênix que se ergue a cada enchente, a cada tragédia mostrando toda a força do povo.

Brusque, no recesso dos teus vales ecoa nos ares o cantar triunfal do progresso pela voz singular dos teares.

Tradição têxtil

Gisele Krama – Repórter

Na rota do turismo de consumo, principalmente na compra de roupas, Brusque é uma cidade que se destaca no Vale do Itajaí. É considerado um município de porte médio, com mais de 100 mil habitantes, segundo Censo de 2010. Curiosamente, tem cerca de 48 mil automóveis, quase dois por morador.

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O município povoado por índios xokleng, guaranis e kaingangs foi tomado por alemães, britânicos e irlandeses. Mais tarde, italianos e poloneses trouxeram técnicas de tecelagem e fábricas, criando a famosa identidade econômica da região.

Considerada Berço da Fiação Catarinense e Cidade dos Tecidos, em 1980 centenas de pequenas e médias empresas começaram a se instalar na cidade, como a Colcci.

E não podemos esquecer da gastronomia, em que a herança germânica é mais presente, com o tradicional marreco com repolho roxo. A tradição é tão forte que a cidade criou a Festa Nacional do Marreco (Fenarreco), realizada sempre em outubro.

É por esses e outros motivos que Brusque não é só mais uma cidade, e sim um gigante que nasce e renasce no Vale do Itajaí.

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Paulo Roberto Eccel

Prefeito

– Uma cidade bem cuidada, que se desenvolve com qualidade de vida e democracia.

SAIBA MAIS

População: 109.950 habitantes

Localização: Vale do Itajaí, a 40 km de Blumenau

Emancipação: 23/3/1881

Área: 283,45 quilômetros quadrados

Características: colonizada por alemães, italianos, poloneses, irlandeses e ingleses, cidade tem economia baseada nos setores têxtil, metalmecânico e de serviços. Tem 65% do território coberto por área verde

Atrativos: turismo ecológico, rural, festas típicas e polo de compras

Particularidades: a segunda melhor para se viver em Santa Catarina

Pontos turísticos: Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, parques Zoobotânico e Leopoldo Moritz, Observatório Astronômico Tadeu Cristóvam Mikowski

Curiosidades: Brusque foi a primeira cidade da América Latina a ter local com computadores para acesso público a Internet, em 1995