O carrasco brasileiro no Mundial de 1950 agora é um senhor de 87 anos que vive da aposentadoria e de eventos ligados ao futebol e único atleta ainda vivo que estava no Maracanã no dia 16 de julho. Por telefone, ele conversou com o Diário Catarinense sobre aquele feito histórico para os uruguaios e fatídico para os brasileiros.

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Diário Catarinense – Quando marcou o gol na final, o senhor tinha noção de que era algo histórico?

Ghiggia – Eu não tive essa noção na época. Foi um momento difícil, algo até inesperado. Tive a sorte de decidir o jogo. É um momento que não se esquece e que você tem na mente como uma memória de sua família. Trouxe o triunfo ao meu país. O gol foi há 64 anos e ainda lembram.

DC – O goleiro Barbosa ficou marcado pela derrota. A culpa foi dele?

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Ghiggia – Era uma partida de futebol. Onze contra 11 e não se pode colocar a culpa por perder um título em apenas um jogador. A posição de goleiro é muito difícil. Você pode fazer uma grande partida e, com uma única falha a culpa é sua. Com o atacante é diferente, você pode perder chances durante todo o jogo, se marcar uma vez você é herói. Para mim, Barbosa não foi o culpado pela derrota da Seleção Brasileira.

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DC – Que lição o Brasil pode tirar da Copa de 1950?

Ghiggia – O Brasil já aprendeu com a Copa de 1950, depois daquilo venceu cinco vezes o Mundial.

DC – Foi a confiança brasileira que atrapalhou a Seleção em 50?

Ghiggia – O Brasil chegou para aquele jogo achando que já era campeão. Mas em campo prevalece quem é melhor, quem está ligado na partida até o final.

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DC – O Uruguai pode repetir o Maracanazo?

Ghiggia – Eu não sou vidente, mas sempre existe uma esperança.

DC – Quem do atual elenco uruguaio pode ser o novo Ghiggia?

Ghiggia – Para mim Cavani. É um jogador que além de marcar muitos gols, é inteligente taticamente. Ele sabe marcar e atacar.

DC – Qual é o seu palpite para ser o campeão da Copa de 2014?

Ghiggia – Eu não sei quem pode ganhar. Vai ser um campeonato muito difícil e não tenho uma bola de cristal para saber. Mas acho que a Alemanha chega forte.