Os funcionários da São Camilo, entidade que administra o Hospital Padre Mathias Stein, em Guaramirim, estão se preparando para deixar a unidade na segunda-feira, quando será encerrado o convênio com a Prefeitura. Esta sexta-feira foi último dia para a maioria dos servidores: dos 130 trabalhadores, 60 continuavam no pronto-atendimento e nos setores administrativos. O município assumirá o serviço às 7 horas.

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A gestora do hospital, Márcia Prüesse, diz que a expectativa é reabrir até março o centro cirúrgico, fechado na terça-feira. Já a maternidade – onde os partos deixaram de ser feitos no dia 20 – deve voltar a funcionar só em meados de julho.

Segundo ela, foram contratados em regime de urgência 15 médicos para trabalhar no pronto-socorro e para cumprir sobreaviso na pediatria e clínica geral. Os pacientes que precisam de atendimento de urgência estão sendo encaminhados para os hospitais Jaraguá e São José, em Jaraguá do Sul.

Os 90 funcionários que trabalharão na unidade fazem parte do Hospital Municipal Santo Antônio, autarquia responsável pela administração antes da São Camilo assumir, em agosto de 2011. Desses, 24 continuarão no hospital e 66 virão de postos e outros órgãos da Secretaria de Saúde, para onde foram relocados no governo de Nilson Bylaardt. Já a abertura da maternidade vai depender da escala de médicos.

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– Para conseguir fechar a escala, temos de atrair novos profissionais. A falta de médicos é uma dificuldade enfrentada por toda a região – comenta Márcia.

Por causa da reintegração, alguns postos estarão com as equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF) incompletas durante este mês. Márcia lembra que um processo seletivo foi aberto para contratar técnicos de enfermagem, médicos, auxiliares de setor e auxiliares de serviços gerais e que a situação deve ser normalizada no início de fevereiro.

Administração será avaliada

Nos próximos seis meses, uma comissão vai avaliar se a administração continuará responsável pelo hospital ou se abrirá licitação para que outra entidade assuma. A gestora Márcia Prüesse afirma que os cerca de cinco mil atendimentos mensais realizados no pronto-socorro serão mantidos e que a mudança vai gerar uma economia de cerca de R$ 400 mil por mês. A instituição voltará a se chamar Hospital Municipal Santo Antônio.

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Os funcionários da São Camilo começaram a ser demitidos no final de novembro, depois que a Prefeitura anunciou o encerramento do contrato. Em setembro, a Prefeitura apresentou uma proposta reduzindo o repasse de R$ 594 mil por mês para R$ 300 mil, mas a entidade não aceitou.

A Prefeitura atrasou os pagamentos desde 2012 e acertou que irá quitar a dívida de R$ 2,3 milhões entre janeiro a julho deste ano.

De acordo com o diretor administrativo da unidade, Cláudio Marmentini, ainda faltam fazer cerca de 80 rescisões. Segundo ele, parte da equipe da São Camilo continuará trabalhando na unidade por pouco mais de um mês nos setores financeiro, contabilidade e TI, até fechar o orçamento. Os 90 funcionários da Prefeitura que irão assumir as funções começaram a acompanhar o trabalho no hospital na quinta-feira.

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Entre as melhorias realizadas pela São Camilo enquanto administrou o hospital, Marmentini cita a reabertura do centro obstétrico e do centro cirúrgico, investimentos na estrutura física e compra de equipamentos, capacitação de funcionários e a contratação de um médico a mais para atender durante o dia.

O coletor de recicláveis Flávio de Jesus Lopes, procurou o Hospital Padre Mathias Stein nesta sexta-feira para tratar de um problema de coluna. Ele não sabia sobre o fechamento da maternidade e do centro cirúrgico e espera que os pacientes urgentes voltem logo a ser tratados na cidade onde moram.