Sob as arquibancadas do modesto Domingos Gonzales um projeto ousado ganha contorno. O Tubarão estabeleceu como meta chegar à Série B do Campeonato Brasileiro em 2025. O time estava na segunda divisão estadual quando foi montado o plano. Dois anos depois, o clube terá quatro competições no calendário – e com o segundo escalação do futebol do País mais próximo. O caminho para atingir o objetivo é longo e demanda tempo. Mas houve avanços notórios, principalmente nesta temporada.

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O Peixe conseguiu a manutenção na primeira divisão do Catarinense – com honroso sexto lugar –, e conquistou vaga para ser um dos três representantes do Estado na Série D nacional. Porém, o ano foi além do satisfatório. No fim de semana passado, o clube conquistou a Copa Santa Catarina e o direito de disputar a Copa do Brasil. O Tubarão pega a trilha para ser a sexta força do futebol estadual — rótulo refutado pelos dirigentes. Tal como esta, a próxima temporada será determinante. A utilização dos R$ 500 mil apenas por jogar a primeira fase do mata-mata nacional ajuda.

— É um passo para estar na Série B do Brasileiro. A Copa do Brasil é a gasolina econômica para alcançarmos nosso plano. Apesar de ser uma competição pequena, a Copa Santa Catarina preencheu um calendário importante para nós – comenta o presidente Luiz Henrique Ribeiro.

O Atlético Tubarão ressurgiu com a implantação de modelo de gestão clube-empresa e abordagem inovadora. O Peixe se diz o primeiro clube de futebol startup do país, faz parte de incubadora de empresas da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Tudo que envolve a equipe, com exceção ao jogo, tem participação da instituição. Neste ano, os avanços ocorreram na área de medicina esportiva, entre os principais está a nutrição, com desenvolvimento de suplementação específica aos atletas. Em 2018, a projeção é que o marketing e comunicação evoluam, junto com a experiência ao torcedor no dia de jogo, o chamado matchday.

Porém, no futebol, não há ciência que resista sem bom resultado esportivo. As metas para 2018 são altas para quem saltou de um torneio no calendário para quatro em apenas dois anos.

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— Temos de consolidar nossa imagem em Santa Catarina e tentar algo nas competições nacionais. Para isso, precisamos permanecer na primeira divisão catarinense e passar pelo menos uma fase na Copa do Brasil. Depois podemos, sim, pensar em acesso à Série C – traça o gerente de futebol Júlio Rondinelli.

Rivalidade forte e a um quilômetro

O desafio do Catarinense de 2018 para o Tubarão tem mais um ingrediente: a rivalidade. A cidade do Sul de Santa Catarina vai ter dois representantes na edição do próximo ano da competição. O Hercílio Luz, que tem seu estádio a cerca de um quilômetro do Domingos Gonzales, subiu à primeira divisão do Estado e vai fazer frente. O município de pouco mais de 100 mil habitantes terá a torcida local dividida.

Logo na primeira rodada do Estadual, prevista para o dia 17 de janeiro, haverá o dérbi tubaronense na casa hercilista, o Anibal Costa. Aos mais saudosos, o duelo vai remeter aos clássico Ferro-Luz, o duelo entre o Leão do Sul e o Ferroviário, licenciado no começo da década de 1990. A cidade que passou oito dos últimos 10 anos sem ter representante na elite agora terá dois times na disputa pelo mesmo objetivo, a permanência na Série A do Catarinense.

— Percebemos o crescimento do interesse pelo futebol e pelos clubes, com os torcedores vestindo as camisas pelas ruas. O crescimento de um e de outro causa uma expectativa boa, a cidade tem um clima bom de futebol – sente o gerente de futebol do Hercílio Luz, Nasareno Silva.

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Os clubes disputam também a preferência pela torcida local, marcam território. Enquanto o Leão do Sul monta um time competitivo para a elite no ano de seu centenário, o Tubarão abriu uma loja no maior shopping do município. Há disputa, e também respeito.

– Não vejo problema haver dois times na cidade, cada um tem seu projeto e é uma rivalidade positiva. Vai ser o ano do centenário deles e vamos entregar uma placa comemorativa no nosso primeiro jogo, logo na estreia do Catarinense. Será uma grande festa do futebol – garante Luiz Henrique Ribeiro, presidente do Tubarão.

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