Foi em setembro passado que, em meio aos contínuos problemas estruturais que se acumulavam e ameaçavam o rico acervo do Museu Nacional do Mar, que “A Notícia” publicou o que parecia ser o encaminhamento para a solução dos problemas de um dos grandes patrimônios históricos de São Francisco do Sul: a mudança de gestão.

Continua depois da publicidade

Foram seis meses de espera, o que demonstra ser esta uma transição nada fácil, já que engloba uma série de questões burocráticas. Mas o martelo enfim foi batido na última quarta-feira, quando a aprovação do regimento interno do museu por parte do Conselho Gestor oficializou a gestão compartilhada da instituição. Ela é composta por uma série de entidades, mas Prefeitura de São Francisco do Sul, Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Iphan e Associação Amigos do Museu do Mar formam o cerne da administração.

Esse tipo de gestão já era pensada desde a criação do museu, no início dos anos de 1990, mas nunca foi encarada com a devida atenção pela FCC, que deteve a gerência exclusiva até agora. Na opinião de Daia Carvalho, presidente da Fundação Cultural de São Chico, o conselho gestor do museu também não recebeu a devida importância por parte do órgão estadual. O cenário já começou a mudar, aponta Daia – o Iphan se reaproximou do museu e a Prefeitura teve a prerrogativa de indicar a nova diretora dele, Ana Paula de Almeida Rosa Shishido. Em resumo, a gestão compartilhada reduz a burocracia e dá velocidade à resolução de muitos problemas.

– Estamos no melhor momento em termos de gestão, e a mudança na Fundação Catarinense de Cultura foi fundamental para isso – diz Daia, se referindo a nomeação de Rodolfo Pinto da Luz como presidente da FCC, em janeiro.

Reformas emergenciais

Continua depois da publicidade

Um reflexo do novo momento são as reformas emergenciais no telhado de algumas salas, que começaram na semana passada e devem durar dois meses. Além da cobertura, as obras (estimadas em R$ 300 mil) incluem o Estaleirinho, a sala Maranhão, atualmente interditada, e a sala Amyr Klink, que será revitalizada para receber a réplica do barco a remo do famoso navegador brasileiro. Uma segunda etapa da remodelação do museu já está bem encaminhada: a busca por recursos para a execução do novo projeto expográfico e museológico do local.

– Com o regimento, avançamos muito no processo de articulação em um momento em que todos os parceiros devem se comprometer e participar efetivamente para dar condições dignas a esse espaço tão nobre – ressalta Rodolfo Pinto da Luz, que esteve no dia 23 em São Francisco do Sul e garantiu que as atuais obras darão condições para a reabertura completa do museu. Na foto ao lado, ele aparece ao lado de arquiteto Dalmo Vieira Filho (à direita), do Iphan e agora conselheiro benemérito e curador do Museu do Mar.

Duas curiosidades: Rodolfo é natural de São Chico e a atual diretora de Patrimônio Cultural da FCC, a arquiteta Vanessa Pereira, atuou no Iphan da cidade justamente na época em que o Museu do Mar foi implantado. Se isso não significar bons indícios…