A joinvilense Jaqueline Furlan, 26 anos, aguarda por um momento especial em meio à pandemia do novo coronavírus: a chegada do primeiro filho, Caio. Mas, com as regras de prevenção, a espera não tem festas ne reuniões e o tradicional chá de bebê veio em forma de surpresa pelas ruas do bairro Costa e Silva, na zona Norte de Joinville.

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No último sábado (13), ela estava em casa com o marido quando começou a ouvir buzinas de carros. A primeira reação foi de descrença.

— Meu coração acelerou e eu disse para o Rodrigo: ‘É para nós?’ E ele falou: ‘Vamos lá ver!’ Quando fui na porta da sala, me dei conta que todos aqueles carros eram pessoas da nossa família e amigos — contou Jaqueline ao Bom dia Santa Catarina.

Jaqueline pretendia fazer um evento para celebrar a gestação com as pessoas que ama no dia 6 de junho. A data havia sido agendada antes de a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar que o novo coronavírus tratava-se de uma pandemia e da proibição de aglomeração de pessoas em todo o Estado de Santa Catarina em 18 de março. O salão de festas foi cancelado e os convites ficaram guardados. 

— Foi necessário, porém, doloroso — disse a jovem.

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No futuro, Caio saberá que veio ao mundo durante um período difícil, mas cheio de amor. Quando Jaqueline e o marido chegaram à calçada, no sábado, encontraram uma “charreata”: uma carreata na qual os participantes trazem os presentes para o bebê e os entregam de dentro do carro, junto com muito álcool 70% passado nas embalagens e tendo as máscaras faciais como item obrigatório no “dress code”. 

Tudo foi organizado pelas amigas da futura mãe. Bruna Rosa foi uma delas. Ela contou que o planejamento foi todo feito por meio de mensagens e que levou em conta as medidas de distanciamento e higienização, inclusive na hora de recolher os presentes, para que a Jaqueline só tivesse contato com os embrulhos depois que eles fossem higenizados. 

Cerca de 80 pessoas participaram do “evento”, que despertou a atenção dos moradores da região. Os carros passavam por Jaqueline e Rodrigo, seguiam até o fim da rua e, lá, recebiam uma lembrancinha da charreata. Além das fraldas e de outros presentinhos, Caio também recebeu cartinhas para saber quais eram os desejos e sonhos que aqueles que estavam esperando ansiosamente pela sua chegada tinham para ele.