Uma mulher denunciou um suposto caso de negligência do Hospital Oase, em Timbó. Ela relata que o bebê que estava esperando morreu antes do parto e houve falhas no atendimento médico. O caso foi registrado pela família na Polícia Civil e será apurado também em sindicância interna da unidade de saúde.

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De acordo com a família, a paciente estava na 35ª semana de uma gestação — considerada saudável e sem risco — quando procurou o hospital porque não estava sentido o bebê se mexer. Conforme o relato, a mulher entrou na unidade às 11h e o médico teria dito que não estava conseguindo ouvir os batimentos cardíacos da criança, sugerindo fazer ultrassom.

Porém, não havia equipe técnica para fazer o exame.

“O médico informou que o hospital possui o equipamento, mas que não havia radiologista ou qualquer outro profissional disponível para tal função, pois era um sábado. E que embora fosse médico, não saberia interpretar tal exame, deixando ela em observação”, conta a irmã da paciente em publicação que repercutiu nas redes sociais.

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A família diz que a gestante foi colocada em observação e com o passar das horas começou a sentir dores e teve sangramento. O médico teria tentado transferir a paciente para outro hospital, mas na primeira negociação não teve sucesso. Os parentes dizem que o profissional falou sobre suspeita de deslocamento da placenta e que ele suspeitava de óbito fetal.

Já à tarde, por volta das 14h30min, a mulher foi levada para um hospital em Blumenau. Teria sido recebida direto na sala de cirurgia, onde recebeu a notícia de que o bebê estava morto. Ela ainda precisou ficar três dias internada na UTI e recebeu transfusões para repor o sangue que tinha perdido no decorrer daquele 15 de abril.

A família pediu acesso aos prontuários dos dois hospitais e recebeu a documentação na semana passada, quando decidiu fazer a denúncia. Os familiares questionam por que não havia profissional de plantão naquele sábado para fazer o ultrassom no Hospital Oase e por qual motivo o médico não fez o parto de emergência ali mesmo.

“Um mês depois, ela encontra-se em casa, em recuperação da cesárea, e vivendo sua licença maternidade e todo processo de pós-parto sem a presença do filho. Percebam que ela foi vítima de uma série de erros, e sofreu todos os tipos de violência que uma mulher jamais deve sofrer”, desabafou a irmã da paciente.

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Contraponto

O Hospital Oase disse em nota que se solidariza com a paciente e que por questão legal não pode passar detalhes do caso. Entretanto, afirmou que “por se tratar de quadro compatível de gestação de alto risco, a paciente foi encaminhada a Blumenau, que é referência para estes casos na região”

Ainda conforme a direção da unidade, “o período em que permaneceu internada, a paciente recebeu todas as modalidades terapêuticas pertinentes até o momento do transporte, que foi realizado pelo Samu, órgão responsável pela Regulação e Transporte destes casos. […] A paciente foi devidamente informada sobre o seu quadro clínico e da necessidade de transferência para o serviço de referência”, conclui a nota.

O hospital frisou que fará uma sindicância interna para apurar o caso, mas não detalhou quando deve ter um resultado da análise.

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