A década de 1960 foi um período em que a sociedade iniciou profundas mudanças. A sociedade se livrou do “certo” e procurou um novo sentido de valor. Organizações e instituições governamentais foram confrontadas com incertezas. A insegurança em entender os clientes levou à criação de novas formas de gestão e à institucionalização do planejamento estratégico. O foco era entender a sociedade e influenciar o hábito de consumo, tornando a gestão mais planejável.

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Nos últimos anos, isso não foi diferente. Os indivíduos estão novamente à procura de novos valores. O aumento da transparência, a liberdade criativa e a hiperconectividade desafiam as estruturas. Organizações tentam compensar com novas formas de gestão e criatividade. O desafio, porém, é mais profundo. A maioria desses processos foi adaptada pelas organizações para atender às mudanças já iniciadas. Essa geração de soluções raramente foca em atender ao futuro. O grande limitador é, por definição, que ele é complexo. Quando a inovação e o planejamento estratégico trabalham no ambiente simples ou complicado, qualquer futuro é parcialmente conhecido. Começa aí o dilema.

Para Henry Mintzberg, as organizações precisam evitar a busca por uma resposta certa e sugere que executivos devam usar o sistema complexo para gerar uma melhor compreensão da realidade. David J. Snowden complementa que não se pode trabalhar com a premissa fundamental de que existe um nível de previsibilidade e ordem no mundo. Essa suposição leva a simplificações que são úteis em condições complicadas ou simples. As circunstâncias mudam, no entanto, na medida em que elas se tornam mais complexas e as simplificações podem falhar. As organizações entendem esta necessidade, mas têm dificuldades para tornar o desejo realidade. O desafio está no equilíbrio entre a execução de objetivos estratégicos com recursos limitados e a geração de valor futuro.

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Deveríamos evitar a projeção “ex” antes de valores e crenças do presente. A sociedade criará a própria “alma da sociedade”. O recurso que diferenciará uma empresa é o entendimento sobre o que motiva o amanhã. Este norte ajuda as organizações a conceberem oportunidades para atender ao mercado não existente e reduzir o impacto de possíveis riscos. Assim, os executivos podem transformar a visão organizacional em uma geração de valor futuro. As organizações que conseguirem integrar o pensamento de foresights e insights na prática serão as grandes influenciadoras do futuro.