A desaceleração da economia brasileira começou a refletir no mercado de trabalho de Jaraguá do Sul. Dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que, nos meses de maio até julho, a geração de empregos apresentou resultados negativos. Com isso, a cidade conhecida pela oferta de trabalho registrou mais demissões do que contratações.
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O resultado mais fraco foi em julho, quando houve 275 vagas que não foram preenchidas, com 2.674 admissões e 2.949 desligamentos. De acordo com o presidente do Instituto Jourdan, Benyamin Fard, este foi o segundo maior saldo negativo da série histórica desde 2003. A indústria de transformação foi a que mais demitiu: 1.104 admissões contra 1.459 desligamentos, totalizando menos 355 vagas. Em julho do ano passado, o resultado foi bem diferente: foram geradas 111 vagas, com 2.999 admissões e 2.888 desligamentos.
Benyamin destaca que a recessão é motivada principalmente pela redução no índice de confiança dos empresários, que atingiu o menor nível em quatro anos, por causa do fraco crescimento do produto interno bruto (PIB). No entanto, ele afirma que não se trata de uma crise e acredita que o crescimento deve retomar a partir do segundo semestre de 2015, após os primeiros meses do novo governo. De janeiro a julho, foram geradas na cidade 1.728 vagas de trabalho, contra 2.306 no mesmo período do ano passado.
Comércio local sente o reflexo
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O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Jaraguá do Sul, Eduardo Schiewe, diz que a redução nas contratações nos últimos três meses refletiu no comércio local, mas que vários fatores prejudicaram o setor em 2014. Segundo ele, os movimentos contrários à Copa do Mundo, a derrota histórica do Brasil para a Alemanha e a enchente que atingiu a região em julho desestimularam o consumo.
Com isso, o panorama do comércio em relação a 2013 se manteve estável – de acordo com Eduardo, não houve quedas bruscas nas vendas, mas também não ocorreu crescimento. Na visão do empresário, até mesmo as eleições influenciam o setor, pois os brasileiros estariam menos propensos a gastar por não saber como será o futuro.
Vagas
Julho
Admissões: 2.674
Desligamentos: 2.949
Total: – 275
Junho
Admissões: 2.370
Desligamentos: 2.543
Total: – 173
Maio
Admissões: 2.980
Desligamentos: 3.062
Total: – 82
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego