“Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma”, escreveu Getúlio Vargas em sua carta testamento. Criada em 1953, a empresa foi fruto do maior movimento político do Brasil sintetizado na palavra de ordem “O petróleo é nosso!”.
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Foram quase 60 anos até a descoberta do pré-sal, confirmando ser a Petrobras a maior e mais emblemática companhia do Brasil. Tema recorrente na campanha de 2010, recebeu da candidata eleita em debate um enfrentamento duro ao oponente: “Entregar a exploração do pré-sal para empresas internacionais é tirar dinheiro do Brasil”. Foi a posição vitoriosa nas eleições. Mudá-la agora seria um estelionato.
Está marcado para hoje o primeiro leilão do pré-sal. A área em jogo é o Campo de Libra, descoberto graças à Petrobras. As perspectivas são de 15 bilhões de barris de altíssima qualidade, que valem US$ 1,5 trilhão. O governo tem dito que a União ficará com no mínimo 75% do petróleo do Campo de Libra.
Analisando: os custos de exploração no pré-sal são de 40% e são ressarcidos ao produtor, também são ressarcidos os 15% de royalties; sobram 45% de óleo excedente que devem ser partilhados entre a União e a empresa contratada. O governo fixou uma taxa mínima de 41,75% de retorno em óleo.Se prevalecer o percentual mínimo, a União ficará com 41,75% sobre 45% do excedente, apenas 18,78% do óleo-lucro. No mundo, os países exportadores ficam com 80% do óleo-lucro.
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O Leilão de Libra não interessa ao Brasil, somente às grandes empresas internacionais de petróleo. A presidente Dilma ainda tem tempo para cancelá-lo. É isso que o interesse nacional exige.“