– Vou morrer e não vou me aposentar. É melhor do que viver com muito dinheiro.

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A frase de Ezidio França é uma ironia em dois sentidos: primeiro porque zomba da situação dos aposentados no país; segundo, e mais importante, porque ele continua na ativa aos 65 anos.

Funcionário há quatro anos da Padaria Benkendorf, no bairro Itoupava Seca, França começou como motorista, saiu da empresa e depois voltou. Faz dois anos que é vigilante do estacionamento reservado aos clientes, onde de segunda a sábado circula entre os carros organizando o tráfego.

Gosta de lidar com o público, mas quase todo dia, principalmente aos fins de semana, precisa de muito muito jogo de cintura para lidar com motoristas que ocupam a vaga e vão a outros locais ou com os que reclamam da falta de lugar:

– Mas não levo em consideração nem guardo mágoa de ninguém.

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Casado e pai de dois filhos, França chegou a Blumenau quando tinha 17 anos. Deixou Rio do Campo para trás em busca de emprego, mas não arranjou nada e então voltou para a cidade natal. Ficou alguns anos no Paraná e daí retornou para cá.

– Ele não é de entregar os pontos. É uma pessoa boa de se conviver. Aqui ninguém reclama dele – destaca Joçana Bispo Lonatas, sua colega de trabalho.