Se você circula pela Rua XV de Novembro já deve ter visto Pelé. Ele está de segunda a sábado na esquina com a Floriano Peixoto, onde monta uma bancada na calçada e vende loteria à sua clientela fiel, conquistada em nove anos de trabalho. O Pelé de Blumenau se chama, na verdade, Felix dos Anjos e tem 77 anos.

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Instalada em um dos pontos mais movimentados da cidade, a sua banca, de onde tira o complemento para a aposentadoria, tornou-se um reduto em que velhos amigos se encontram para relembrar histórias ou comentar os fatos mais recentes.

Mas é Pelé quem se destaca. Enquanto conversa com o grupo de amigos, tem de se deter para retribuir o cumprimento de alguém que passa de carro ou na calçada.

– Quem é rei nunca perde a majestade – ouve de um conhecido, que atravessa apressado.

Pelé diz que foi pela semelhança física com o Pelé do Santos e da Seleção que, durante a Copa de 58, recebeu o apelido, dado pelo radialista Tesoura Júnior. Como o outro, o de Blumenau também foi jogador profissional. Começou aqui no Palmeiras, passou pelo Olímpico e pendurou as chuteiras de ponta-esquerda no Guarani, ainda aos 29 anos.

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– Saí porque ganhava pouco, isso quando não faltava o pagamento.

Jorge José da Silva o conhece desde que chegou a Blumenau, em 1964. E se empolga ao falar do amigo:

– É o cara! De 400 mil habitantes, 300 mil conhecem o Pelé.