Maurício Muniz Pessoa Filho chegou a Blumenau em 2003 com a mulher e os três filhos, disposto a ficar apenas um ano. Mas aí se sentiu em casa no novo endereço, e lá se vão 12 anos. Pernambucano de Paulista, ouviu falar em Blumenau pela primeira vez nos anos 1980, quando a Cia. Hering abriu uma filial em sua terra natal e para lá levou alguns funcionários para dar início aos trabalhos.
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Uma de suas irmãs se apaixonou por um blumenauense, casou-se com ele e o casal mudou-se para cá. Como Paulista estava ficando violenta, Maurício, preocupado com o futuro dos filhos, veio visitar a cidade e aqui decidiu também se estabelecer com a família.
Trabalhando desde os 10 anos como açougueiro (só saiu da profissão para ser feirante), logo empregou-se num açougue. E foi então que passou a ter contato com o vasto número de imigrantes nordestinos que vivem na cidade. Quando já tinha em seu círculo de amizades cerca de 50 famílias conterrâneas, não pensou duas vezes e em dezembro de 2006 fundou a Associação dos Nordestinos de Blumenau.
Ainda sem sede, o que o grupo quer é se reunir para, revivendo um pouco de sua cultura, lembrar-se da terra natal. Em junho eles promovem a Festa de São João, com direito a concurso para escolher o melhor casal dançarino de forró. Também tentaram fazer carnaval por aqui, mas parece que não vingou:
– Não dá certo, não decola de jeito nenhum.
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Hoje, ao 53 anos, Maurício é dono de um quiosque na Rua Alberto Stein, em frente ao Parque Ramiro, onde trabalha de segunda a segunda. Quando não está assistindo à TV Câmara ou TV Senado (para saber quem é quem na política), mata a saudade ouvindo sons do Nordeste: Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Zé Ramalho entre outros. Só volta de vez para Paulista daqui a uns 10 anos, quando estará aposentado:
– A gente sente saudade, tem as feiras livres… A gente foi criado lá.