O general Manaf Tlass, o oficial sírio de mais alta patente a ter desertado, afirmou nesta segunda-feira a uma rede francesa de televisão que havia sido retirado da Síria pelos serviços secretos franceses.

Continua depois da publicidade

– Os serviços franceses me ajudaram a sair da Síria e eu os agradeço – declarou o general dissidente em uma entrevista à rede notícias BFM TV.

-Eu desertei do regime em março. Depois do início da revolução tive encontros com os revolucionários, com os rebeldes, e senti desde os primeiros dias, desde os primeiros meses, que o regime mentia para todo o mundo. Por isso, preferi desertar a ficar em meu gabinete – acrescentou Tlass, filho de um ex-ministro da Defesa sírio.

O ex-general disse ser contra “qualquer intervenção estrangeira na Síria, qualquer que seja a forma que tiver esta intervenção”. No entanto, pediu que a comunidade internacional arme os rebeldes.

– Até aqui, o povo sírio obteve muitas vitórias. É preciso apoiá-los, é preciso ajudá-los, é preciso armá-los.

Continua depois da publicidade

Perguntado sobre a presença de islamitas sírios e de estrangeiros na Síria, o general minimizou sua importância.

– Há 20% de islâmicos, mas eles são apenas uma minoria. O povo sírio nunca foi um povo extremista.

Filho do general Moustapha Tlass, Manaf Tlass fez parte da cúpula síria e foi amigo de infância do atual presidente, Bashar al-Assad. Uma fonte ligada ao poder sírio afirmou que este ex-general da Guarda Republicana, de cerca de 50 anos e originário de Rastane, na província de Homs (centro), foi afastado de seu posto há pouco mais de um ano por ter sido considerado pouco confiável.

Ele desertou em julho e pediu uma “transição” em seu país, acusando o governo de ser responsável pela crise e manifestado a sua “raiva” em relação ao Exército.

Continua depois da publicidade

Depois afirmou que preparava um “mapa do caminho” para uma saída da crise, envolvendo pessoas “honestas” do regime, mas sem Bashar al-Assad.