O prefeito de Florianópolis falou nesta terça-feira sobre greve no serviço público municipal, iniciada no dia 17 de janeiro e mantida após assembleia da categoria. Após aprovar a continuidade da paralisação, milhares de servidores fizeram passeata pelas avenidas Mauro Ramos e Beira-Mar Norte. Para voltar ao trabalho, eles exigem a revogação de leis aprovadas na Câmara em janeiro que alteram o estatuto do servidores.
Continua depois da publicidade
Gean Loureiro destaca que assinou um decreto formando uma comissão para discutir um novo plano de carreira junto ao sindicato da categoria (Sintrasem). Ele falou em desrespeito à decisão judicial e comparou que, se fosse com o cidadão comum, ele já estaria preso. Gean diz que o objeto da greve já terminou e classifica o movimento como político. Confira trechos da entrevista.
O sindicato se recusa a participar da comissão de negociação porque são contra discutir o novo plano. Eles querem sim revogar a lei aprovada na Câmara. Existe essa possibilidade?
Essa hipótese é zero. A prefeitura abriu a negociação de um novo plano. Eles sabem que é uma realidade impossível de praticar e nós queremos trabalhar dentro de números reais. O sindicato diz que a gente tem que apresentar os números, eu convidei eles para visitar o Tribunal de Contas. O TCE mostrou que a prefeitura está acima do limite prudencial e legal. Hoje eu não posso contratar um único professor ou profissional da saúde. Se uma pessoa pedir demissão ou se aposentar, eu não tenho como contratar um novo porque a lei me proíbe. Se eu não reverter esses números eu serei processado por improbidade administrativa. Se nós revogarmos essas medidas, significa dizer que a partir de dezembro não haverá mais dinheiro para pagar o salário do servidor. O sindicato vai assumir essa responsabilidade?
E como está a cobrança aos grandes devedores?
Continua depois da publicidade
As medidas de austeridade da prefeitura não tem relação apenas com benefício que não cabiam mais no momento. Estamos trabalhando uma cobrança efetiva dos devedores da prefeitura, ampliando o roll da estrutura daqueles que nos devem. Nós estamos fazendo um trabalho de contenção do custeio da máquina pública, reavaliando contratos, fazendo estímulo à economia para poder gerar maior arrecadação sem aumentar impostos. Hoje eu fiz uma reunião com o Ministério Público Estadual buscando alternativas inclusive de abrir processos criminais contra aqueles que não pagam a prefeitura.
E o Magistério, como ficam as aulas?
As aulas estão marcadas para começar nesta quarta. A gente sabe que vai ter uma manifestação do sindicato para evitar esse início de aula. Eles estão impedindo muitos servidores que não querem aderir à greve. Esperamos que os pais possam ir até a escola porque, na medida que foi possível funcionar, onde não tiver piquete, nós não queremos confronto policial, então quem tem que determinar o cumprimento da legislação passa a ser a Justiça.
A demissão das secretárias de escolas foi algo que indignou os servidores.
Isso era uma demanda do próprio sindicato, a de que as secretárias de estado fossem de carreira, através de função gratificada, e não cargo comissionada. Claro que aí tem o vídeo e a guerra de informação. Na verdade foram apenas 20 pessoas desligadas. Mas aí até que a gente resolva essa situação, elas vão voltar através terceirizadas. Só que isso o sindicato também não quer. Aí fica difícil.
“Fora Gean” gritam os servidores em greve no protesto da Beira-Mar Norte pic.twitter.com/JD8sdCKpzL
¿ aovivodc (@aovivodc) 7 de fevereiro de 2017Continua depois da publicidade