Seis dias de trabalho com três gaviões-asa-de-telha no Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola, em Joinville, foram suficientes para reduzir em 50% o número de quero-queros que ameaçam pousos e decolagens na pista.

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Este foi o resultado do trabalho de falcoaria concluído esta semana por uma equipe da Infraero e da empresa Hayabusa, contratada especialmente para fazer o controle das aves.

Os 75 quero-queros capturados – dos cerca de 150 que vivem em volta do aeroporto – foram soltos no fim de semana em uma área de Campo Alegre, no Planalto Norte, há cerca de 60 quilômetros da pista. As capturas ocorreram em dois momentos: entre os dias 30 de julho e 2 de agosto e nos dias 8 e 9 de agosto.

– A taxa de captura foi diminuindo de acordo com o tempo de trabalho. Primeiro por causa da redução da população das aves e, também, pelo rápido aprendizado dos quero-quero, que depois de alguns dias não permitiam mais a aproximação – diz o biólogo Paulo Vinícius Davanço, especialmente contratado pela Infraero para trabalhar com o controle das aves.

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Ele é mestre em diversidade biológica e conservação do meio ambiente e deve atuar em todos os licenciamentos para a expansão do aeroporto.

Embora ainda haja cerca de 70 aves na região, o risco de colisões com as aeronaves já é bem menor, já que o trabalho também afasta as aves da pista principal.

O trabalho com os gaviões é uma das alternativas para espantar ou capturar as aves. A direção do terminal está colocando em prática o plano de manejo da fauna que começou a ser estudado em 2011 e deve culminar com a implantação de várias técnicas, que envolvem cães, aves de rapina, o corte da vegetação e até explosões controladas.

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O Aeroporto de Joinville é tricampeão de ocorrências de colisões entre aves e aviões. A estatística, reunida pelo Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), mostra, no ano passado, a média de ocorrências a cada 10 mil voos foi de 53,2 acidentes. Só este ano, em números absolutos, já foram registrados 30 colisões.