A moda na vida da estilista gaúcha Barbara Casasola está no ar que ela respira. Pelo menos é assim que ela define a própria vida. Barbara é uma porto-alegrense de 26 anos com um know-how pouco comum a estilistas de sua idade: trabalhou para as grifes Roberto Cavalli, Chloé e Lanvin e prepara-se para lançar ainda neste primeiro semestre sua marca própria, especializada em vestidos de seda. Pontos de venda mais badalados do país começam a disputar os artigos de luxo criados pela gaúcha. Daslu e Surface to Air, em São Paulo, já fecharam parceria. Lojas de Porto Alegre também negociam a presença de Barbara Casasola em suas araras.

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A coleção inaugural compreende uma série de vestidos formais. Do estilo envelope em block-colors ao longo monocromático passando pelo comprimento mimolet com sobreposições transparentes que mostram e escondem bordados. Para as cores, a estilista usa uma paleta monocromática do preto ao nude. Acentua através do uso do blush na cor mocha e do batom na cor terracota, completando assim o que Barbara chama de make-up colors: cores que não contrastam drasticamente com a mulher e as vestem com o mesmo efeito de uma maquiagem natural e assertiva.

O tecido usado é sempre a seda lavada, que dá um toque macio e levemente envelhecido às peças. O cetim, lustroso, contrasta com o crepe opaco, enquanto o uso da georgette e do chiffon intensificam o jogo de luz e sombra da coleção. Barbara define suas roupas como um reflexo de sua personalidade.

– Como mulher, tenho a vantagem de poder vestir minhas peças e sempre busco o conforto – diz. – Minha pesquisa é baseada no período pré-guerra, na modernidade da metade do século e nas primeiras manifestações de vestimenta formal, a simplicidade no vestir e a pureza das formas.

Barbara conta que o estilo da mulher gaúcha serviu de inspiração para a coleção outono-inverno 2011.

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– As gaúchas são elegantes por natureza, são mulheres determinadas, com personalidade forte e seguras de si. Este é o perfil de mulher que eu tenho em mente quando desenho – observa.

Ela se divide atualmente entre seu estúdio de criação em Londres e a linha de produção no Brasil. A carreira começou com estudos na Central Saint Martins College of Art and Design, em Londres, e no Istituto Marangoni, em Milão, onde formou-se em 2007 com o primeiro lugar da sua classe. O glamour que parece cercar esse universo, diz ela, é só de fachada.

– Trabalhar com moda exige esforço, mas é incrivelmente recompensador. Em casas de moda como Cavalli, Chloé e Lanvin, você está cercada pelos melhores na indústria, mas há uma fila de pessoas atrás de você querendo tomar o seu lugar. Você acaba trabalhando muito, muitas vezes até altas horas, sete dias por semana. E os salários, pelo menos inicialmente, são muito baixos – conta.

Barbara não só trabalhou para o designer italiano Roberto Cavalli: ela foi sua primeira assistente. Eles se conheceram em Nova York, quando a estilista apresentou sua coleção de vestidos ecológicos no Fórum de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, no final dos estudos de graduação. A experiência começou em 2008 e durou dois anos. Em 2010, ela transferiu-se para Paris a convite de Gabriele Greiss, ex-diretora criativa de Sonia Rykiel. Juntas, desenvolveram projetos de design para a coleção de verão 2011 da Lanvin e diversas coleções para a See by Chloé.

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No site www.barbaracasasola.com você fica por dentro do estilo e do trabalho de Barbara Casasola.