Entre janeiro e agosto deste ano, servidores do Legislativo de Blumenau gastaram R$ 49,83 mil em diárias, verbas utilizadas para viagens e deslocamentos a trabalho. O valor representa mais do que o dobro do que foi pago em todo o ano de 2014 – cerca de R$ 21,11 mil. Os dados estão disponíveis no link “Transparência/Diárias” do site da Câmara.
Continua depois da publicidade
Só os 15 parlamentares responderam por R$ 31,74 mil deste total (veja na lista abaixo). O vereador Zeca Bombeiro (SD) lidera o ranking: foram 10 auxílios para viagens, que totalizaram R$ 3.260,40. A maioria dos compromissos ocorreu em Florianópolis e incluem participação em eventos técnicos e reuniões com deputados estaduais e federais para discutir, segundo as justificativas, “assuntos de interesse da cidade”.
De acordo com o parlamentar, há muitos assuntos que precisam ser tratados pessoalmente com outras autoridades, como a vinda do helicóptero Arcanjo 03, do Corpo de Bombeiros, para Blumenau.
– É preciso viajar para ver como é na prática – explica.
Continua depois da publicidade
O vereador Vanderlei de Oliveira (PT) foi o que mais gastou em diárias entre janeiro e agosto de 2015: R$ 4.666,40. O parlamentar, no entanto, fez apenas duas viagens, ambas para Brasília, onde participou da 3ª Mobilização Nacional de Vereadores, em maio, e da 45ª reunião do Conselho Nacional das Cidades (CNC), em junho. O petista alega que é um dos únicos dois catarinenses que representam o Estado no CNC, cujos encontros acontecem trimestralmente na capital federal. Segundo ele, são discutidos temas como Plano Diretor e acessibilidade nos municípios.
– Recebo vários convites, mas é impossível ir a todos. As atividades do Conselho das Cidades são oficiais e seria ruim para Blumenau se omitir dessas discussões – justifica.
Líder do governo, o vereador Cezar Cim (PP) é um dos dois únicos parlamentares que não fizeram uso de diárias nos oito primeiros meses do ano. O progressista até teve uma verba empenhada para uma visita à Câmara de Vereadores de São João Batista, mas ela acabou sendo anulada.
Continua depois da publicidade
Cim alega que faz parte do seu perfil ser “uma pessoa econômica e caseira”. Por isso, afirma não viajar com tanta frequência quanto os outros colegas parlamentares. Quando foi a São João Batista, garante que participou de dois eventos: um representando a Câmara e outro particular. Por esse motivo, diz que desistiu da diária para não correr o risco de ser questionado e utilizou carro e combustível próprios.
– Fazer a doação de salário e cobrar diária seria uma incoerência – resume.
O vereador Marco Antônio Wanrowsky (PSDB) é outro que não utilizou o benefício.
– Sempre gastei o que foi necessário para o exercício do meu mandato. É um direito do vereador usar diária, mas quando viajo, acabo arcando com as despesas. É uma opção minha – afirmou Wanrowsky.
Sobre as diárias, Hildebrandt afirma ser natural que os vereadores viajem mais nos dois últimos mandatos de cada legislatura:
Continua depois da publicidade
– Nos dois primeiros anos, eles chegam mais crus. Nos dois últimos, viajam mais para Florianópolis e Brasília. E acaba tendo um custo maior quando a viagem é para a capital federal.