“ O custo financeiro de campanhas eleitorais no Brasil é absurdamente elevado. Somas milionárias são empregadas pelos candidatos. Isso não é nada positivo para o processo democrático. Por isso, é urgente que medidas legislativas sejam adotadas para corrigir essa gritante anomalia.
Continua depois da publicidade
A primeira providência deve ser a proibição de doações feitas por pessoas jurídicas. Isto porque os candidatos patrocinados pelas empresas ficam numa condição eleitoral privilegiada em relação aos preteridos. As suas estruturas de campanha serão fortemente preparadas para influenciar os eleitores. Já os preteridos dos empresários terão que realizar uma campanha bastante modesta, o que os fragiliza muito no trabalho de influenciar os eleitores. Isso afeta diretamente o resultado do pleito. O poder econômico acaba, em tese, desequilibrando as eleições em benefício direto de seus escolhidos. Por isso, as doações financeiras a candidatos devem ficar restritas apenas às pessoas físicas, limitadas ao teto fixado em lei.
A segunda medida deve ser a proibição da utilização de programa sofisticados de TV, como é aceito hoje. Os programas de candidatos mais abastados são verdadeiras produções cinematográficas cujo custo financeiro é elevadíssimo. Além disso, os candidatos não apresentam as suas ideias e propostas nos programas eleitorais, mas sim o conteúdo ditado pelo marqueteiro. Por isso, na futura reforma política deve ser imposto que o candidato apareça com uma parede branca atrás e somente ele possa dirigir-se ao público, sem qualquer produção publicitária. Assim, o eleitor votaria no conteúdo apresentado, e não no seu programa de TV.
Portanto, estas duas medidas, caso fossem adotadas legalmente, implicariam redução drástica dos custos de campanhas eleitorais e confeririam aos eleitores a possibilidade de escolher o candidato a partir de seu conteúdo real, sem as maquiagens feitas pelos publicitários. “
Continua depois da publicidade