A 70 metros de distância está o alvo. Acertar a mira de forma certeira e virar atleta olímpico parece uma equação simples. Mas está longe de ser um caminho fácil. O esporte que tem suas origens na necessidade de preservação da nossa espécie, no combate a predadores, evoluiu para instrumento de caça e depois virou arma de defesa e conquista de territórios. Com técnica aprimorada ao longo de séculos e equipamentos cada vez mais evoluídos, não é fácil estar entre os primeiros. E Santa Catarina conseguiu essa façanha, com o Brasil, que hoje é um dos países com chance de medalha na Olimpíada do Rio 2016.

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A realização da V etapa do Sul-Brasileiro, em Gaspar, neste final de semana, trará um aperitivo do alto nível desenvolvido neste esporte no país. O evento foi criado com o objetivo de desenvolver a qualidade técnica dos atletas de SC, através do intercâmbio de competições entre os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.

O torneio contará com 41 atletas, entre arqueiros das modalidades arco composto e recurvo (feminino e masculino), representando os estados de SC, RS, PR e com convidados de São Paulo e Rio de Janeiro. E a novidade é a presença de pelo menos três participantes que representam o Brasil em competições internacionais (Edson Jin Su Kim, da Seleção Brasileira, e Ana Clara Dias Machado) e do árbitro continental Fernando Wolff.

Wolff é um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do esporte no Estado. Ele já teve participação na Olimpíada de Londres e estará no Rio de Janeiro. É fundador da Federação Catarinense da modalidade, em 2008, ensina a técnica e é mestre em Educação Física. Sobre o esporte e a evolução, ele destaca:

– O cenário atual é bem diferente e melhor do que vimos em Londres, quando o Brasil não foi competitivo. Hoje temos o Marcus Vinícius com chances reais de medalha pelo que já apresentou com resultados maravilhosos, além de um conjunto de atletas bastante forte e que pode trazer medalha por equipes. Estamos qualificados entre os 10 melhores países do mundo.

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E essa evolução do arco e flecha conta com forte ajuda catarinense, que tem contribuição do próprio Wolff.

– Encerramos o ano com cinco catarinenses entre os 15 melhores do país. Em SC é possível praticar o esporte em Florianópolis, Blumenau e Itajaí – finaliza.

O ESPORTE NA HISTÓRIA

– O arco e flecha foi largamente usado ao longo da História, adaptando-se ao contexto de cada época. Começou com a necessidade de preservação da nossa espécie no combate a predadores, evoluiu para instrumento de caça e depois virou arma de defesa e conquista de territórios.

– Hoje é usado principalmente como recurso de autodesenvolvimento. Nas artes marciais, como instrumento de meditação, praticado como esporte e presente nas Olimpíadas. O tiro com arco possibilita inúmeros benefícios para seus participantes, promovendo o desenvolvimento de: concentração, disciplina, motricidade global e fina, percepção corporal, equilíbrio (físico e mental), postura, relaxamento de forma terapêutica, respiração, controle da ansiedade, ganhos musculares localizados.

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– 1º Competição Olímpica do Tiro com arco em 1900.

– 1955 teve início o Tiro com Arco no Brasil.