O preço médio da gasolina comum em Santa Catarina subiu para R$ 5,30 na semana encerrada no último sábado (4), conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) divulgado apenas nesta segunda-feira (6), o primeiro desde que o governo Lula (PT) retomou a cobrança de impostos federais sobre o combustível. Também parcialmente reonerado, o etanol foi a R$ 4,58 no estado.
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A última vez em que a gasolina teve valor semelhante no estado foi na semana entre 21 e 27 de agosto do ano passado, a segunda com permissão para a propaganda eleitoral nas eleições de 2022.
Nesse intervalo até aqui, o preço oscilou sempre abaixo disso, puxado pela desoneração federal — concedida, a princípio, pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) e estendida por Lula até o fim de fevereiro — e os descontos no ICMS — adotados pelo governo estadual até o fim do ano passado.
Na semana anterior a essa do levantamento, o litro da gasolina em Santa Catarina custava R$ 5,13 — houve alta, portanto, de 3,3%. Já o etanol estava R$ 0,03 centavos mais barato — ainda em fevereiro deste ano, no entanto, ele já chegou a estar mais caro, em R$ 4,61 entre os últimos dias 12 e 18.
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A pesquisa mais recente da ANP identificou que o litro da gasolina em Santa Catarina chegou a variar de R$ 4,69, em Laguna, no Sul do estado, a R$ 5,99, em um posto de São José, na Grande Florianópolis.
Na média, Criciúma, também no Sul catarinense, teve o valor mais baixo (R$ 4,97), enquanto Jaraguá do Sul, no Norte, ficou com o mais caro da gasolina comum (R$ 5,58).
A volta dos impostos federais
Na última quarta (1º), o governo Lula retomou a cobrança de R$ 0,47 em impostos federais que incidem sobre a gasolina e de R$ 0,02 sobre o etanol. No mesmo dia, a Petrobras anunciou a redução do preço da gasolina nas refinarias em R$ 0,13, o que amenizaria a reoneração parcial dos tributos.
Na ocasião da volta dos impostos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a reoneração parcial corrige o que tratou como uma política eleitoreira de Bolsonaro.
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— A partir de 1º de janeiro, começamos a fazer gestão no sentido de recompor as receitas que foram prejudicadas com as decisões tomadas por ocasião do processo eleitoral, de um governo que visava reverter um quadro desfavorável com medidas demagógicas que prejudicaram muito a sustentabilidade fiscal do país para 2023 — afirmou Haddad, em coletiva de imprensa.
Antes disso, a imprevisibilidade sobre os impostos, com os novos percentuais definidos apenas no último dia de vigência da medida provisória assinada por Lula no início do ano que estabelecia a desoneração, levantou críticas de empresários de postos de combustíveis em Santa Catarina.
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