A Petrobras anunciou nesta terça-feira (14) a primeira redução no preço da gasolina nas refinarias em quase seis meses. Apesar da queda de 3%, que começa a valer nesta quarta (15), o sindicato de postos de combustíveis e um economista procurado pela reportagem concordam que a decisão pode não impactar em um preço mais barato do litro em Santa Catarina.
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De acordo com o relatório mais recente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que analisou os preços de combustível de 5 a 11 de dezembro, a média do litro da gasolina comum em SC é de R$ 6,54. Essa média havia sido prevista pelo Sindicato dos Postos de Combustíveis da Grande Florianópolis no fim de outubro.
Segundo Joel Fernandes, vice-presidente do sindicato, a gasolina que barateou na refinaria não é a que chega nos postos de gasolina. O sindicalista explica que o combustível nas bombas é uma mistura de gasolina com etanol, o que significa que a redução pode ser de cerca de 5 centavos, um valor menor que os 10 centavos anunciados pela Petrobras.
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— Eu acredito que não vá influenciar em uma gasolina que já é uma das mais baratas do Brasil e que ainda está em promoção. Além disso, eles baratearam a gasolina tipo A, e a nossa é uma mistura da tipo A com etanol. Então, nós não acreditamos que isso vai impactar a nível de bomba — avalia Fernandes.
Segundo projeção do sindicato em julho deste ano, o combustível no segundo semestre poderia chegar a R$ 7. No entanto, uma manobra da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) fez com que o valor do barril do petróleo diminuísse em quase 17 dólares no início de dezembro.
Para o economista e professor da Esag na Udesc, Adriano de Amarante, um grupo de fatores pode fazer com que a redução na refinaria não afete os preços em Santa Catarina. Segundo ele, mesmo que os preços de fato ficassem mais baratos no Estado, a diferença não seria relevante.
— Não vai ser uma queda de 3% porque tem os custos dos postos, que a inflação proporcionou. Se o combustível que chega aos postos é uma mistura, por exemplo, o preço da gasolina pode ter barateado, mas o etanol não. O mesmo pode acontecer com o frete até os postos. Então, pode haver uma queda, mas muito pequena. Talvez até imperceptível — analisa o economista.
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Apesar do preço anunciado pela Petrobras passar a valer a partir desta quarta-feira (15), Adriano salienta que mesmo que reduza, o novo valor pode não chegar às bombas a tempo do Natal ou Ano Novo, por uma questão de logística. Já o sindicalista Joel Fernandes afirma que, mesmo que os preços não reduzam, a gasolina não deve ficar mais cara até o fim do ano.
A respeito de 2022, o economista não acredita que a diminuição de preços, principalmente no que diz respeito à gasolina, aconteça de maneira rápida.
— É possível que os preços diminuam, mas não vai ser tão veloz quanto os aumentos desse ano. Então, as quedas podem ser muito sutis, porque a economia está se recuperando — especula o professor.
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