Viajar ou levar a família para passear é bom, mas já experimentou parar o carro no posto de gasolina e ver um preço menor do que o da última vez? Para os motoristas blumenauenses essa sensação boa, geralmente despertada por placas amarelas com o dizer “promoção”, não tem sido tão rara assim – pelo menos nos últimos três meses. Nem sempre são descontos grandes o bastante para fazer consolar consumidores mais críticos que associam o preço aos prejuízos da Petrobras e aos supostos contratos superfaturados que envolvem a estatal. Mesmo assim são centavos que podem fazer a diferença em um tanque de 50 litros ou no somatório do mostrador da bomba, que geralmente corre rápido feito um taxímetro em bandeira 2.
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Segundo o levantamento mensal da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço médio da gasolina em abril em Blumenau foi de R$ 3,44. É a terceira queda consecutiva desde janeiro. É também o menor valor desde agosto do ano passado, quando o combustível era vendido em média a R$ 3,41. Em 11 postos consultados ontem pela reportagem do Santa, cinco vendiam a gasolina comum a R$ 3,39 e outros cinco tinham preço fixado em R$ 3,49. Em apenas um o valor era R$ 3,09. Em SC o preço médio conforme a ANP é de R$ 3,53, o mais baixo desde o início do ano.
O fato de estarmos na safra do etanol, o que barateia um pouco o preço do produto acrescido à gasolina, é citado como um fator que pode explicar o preço menor. Mas o ritmo de declínio no preço da gasolina está mais ligado a uma situação de mercado. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Blumenau (Sinpeb), Júlio César Zimmermann, explica que, com quedas nas vendas como tantos outros setores no Brasil, e contas a serem honradas, os empresários optam por diminuir cada vez mais as margens e tentar oferecer valores menores.
– Esse é o fator primordial. Até porque se colocar a R$ 3,59 e não vender também não resolve – pontua o empresário, que se diz preocupado com a perspectiva do setor.
O impacto da desaceleração econômica em combustíveis é maior ainda no diesel, já que a baixa produção da indústria movimenta menos caminhões pelas rodovias. Nos últimos meses, segundo a direção do Sinpeb, quatro postos já teriam fechado em consequência do cenário econômico desfavorável.
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Tendência de sobe e desce mensal
Em tempos de crise é importante não prejudicar a combustão das vendas. Em razão disso, Zimmermann cita que muitos donos de postos nem repassaram o último aumento, anunciado pela Petrobras em 20 de abril, de 2,2% sobre a gasolina nas refinarias. Para os próximos meses, segundo o empresário, não há novo aumento projetado na cadeia produtiva. Mesmo assim é difícil prever se vai ser mais comum ouvir ou dizer aquelas palavras mágicas: “pode completar”. Isso porque a nova política de preços da Petrobras, divulgada em outubro, prevê que as variações no preço do combustível levem em conta o cenário internacional e sejam avaliadas por um grupo executivo da Petrobras ao menos uma vez por mês.
– Com esse método de Petrobras e ANP mais vinculado ao preço internacional, vamos ter altos e baixos todo mês – despista Zimmermann.