Um dia depois de divulgar um reajuste de 6,9% para o gás liquefeito de petróleo (GLP) para uso residencial, o chamado gás de cozinha, a Petrobras anunciou nesta terça-feira o aumento de 7,9% para o GLP de uso industrial e comercial. O aumento foi decidido pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços (Gemp) da empresa e começa a vigorar nesta quarta-feira.
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O último reajuste do gás para o comércio, indústria e condomínios ocorreu no dia 6 de setembro e foi de 2,5%. No acúmulo de janeiro até agora, o total de reajuste já soma 17,9%. No gás de cozinha, que também já havia sofrido aumento neste mês, esse percentual é ainda maior no acumulado, 38% só neste ano. A Petrobras estima que, se o reajuste for integralmente repassado aos consumidores no caso do gás de cozinha, cada botijão teria aumento de R$ 1,55 no preço final.
No comunicado, a estatal não justificou o motivo do aumento nos preços de venda para as distribuidoras, mas em nota publicada na Agência Brasil disse que o reajuste se deve à variação das cotações do produto nos mercados internacionais levando em conta as últimas revisões de preço.
Na nota anterior, sobre o gás de cozinha, a companhia havia dito que o reajuste “repassa a variação de preços do mercado internacional apresentada ao longo de agosto”. Outro ponto levado em consideração para explicar o segundo aumento no mês foi o baixo estoque do produto e o aumento da demanda.
Na avaliação do Sinregás, sindicato que representa os revendedores de gás em Santa Catarina, os consecutivos aumentos são “despropositais e com índices muito além daquele que o consumidor final, o comércio, a indústria e condomínios conseguem suportar”. O presidente do sindicato, Jorge Magalhães de Oliveira, criticou a postura da Petrobras em anunciar os aumentos do mesmo produto em dias diferentes.
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Segundo ele, os sindicatos que representam a categoria têm promovido reuniões periódicas na tentativa de convencer a Petrobras a modificar o novo sistema de reajustes, que pode ter aumentos diários.
— Isso traz uma série de transtornos porque o mesmo revendedor que vende o gás de cozinha, vende o industrial. Ontem comuniquei sobre um aumento, amanhã terei que comunicar novamente. É um desgaste grande — afirma.
Por nota à Agência Brasil, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) se pronunciou considerando como preocupante o aumento, que afastaria ainda mais o preço interno dos valores praticados no mercado internacional, “impactando justamente os setores que precisam reduzir custos”.