Menino até pouco tempo, ainda descobrindo a adolescência, mas já marcado para morrer. Aos 15 anos de idade, Lucas Michel dos Santos não teve mais do que uma segunda chance: ele já havia sido baleado dois anos atrás, quando sobreviveu mesmo após receber dois disparos, mas não teve a mesma sorte nesta quinta-feira e acabou executado na beira da calçada, com quatro tiros, em meio à movimentada avenida Júpiter, principal via do bairro Jardim Paraíso, zona Norte de Joinville.

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Crime cometido no começo da tarde, “em plena luz do dia”, como se costuma dizer. A investigação procura confirmar a autoria e não descarta que o caso tenha ligação com o tráfico de drogas porque, na última terça-feira, um dos irmãos mais velhos do garoto foi preso com 83 pedras de crack, balança de precisão e uma arma numa operação da Polícia Civil – também é apurada a participação dele em um assassinato no ano passado.

Tanto Lucas quanto o rapaz preso na terça, além de um terceiro irmão, foram surpreendidos a tiros, dentro de casa, em 2013. Lucas foi atingido na perna e no abdômen. O jovem que agora está detido havia sido baleado nas costas e o outro irmão, mais velho, sofreu um tiro de raspão no braço. Todos sobreviveram e deixaram a casa onde moravam, que acabou incendiada um dia depois.

A polícia, na época, já sinalizava que a ação era parte da guerra pelo tráfico. Mas a investigação da morte de Lucas não confirma que ele tivesse algum papel na venda de entorpecentes. Ele não estava em casa quando a polícia prendeu o irmão com a droga e a arma, na terça.

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O assassinato dele faz chegar a 51 o número de homicídios praticados em Joinville neste ano.