Os livros sobre a mesa num dos quartos do Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, de Joinville, já adiantam que ali não é um lugar apenas de recuperação e tratamento médico. Mesmo afastado das aulas presenciais, o garoto Bruno Alceu Priebe, de 11 anos, continua se dedicando aos estudos. E estuda ainda mais depois que soube de sua classificação para a segunda fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), que será realizada neste sábado em escolas de todo o País. Diagnosticado com câncer pela primeira vez quando tinha sete anos de idade, o pequeno está internado há um mês em Joinville.
Continua depois da publicidade
Aluno da Escola Básica Municipal Doutor Hercílio Malinowsky, de São Bento do Sul, Bruno não foi liberado para fazer a prova da OBMEP fora do hospital. Por isso, a psicopedagoga Patrícia Vieira entrou em contato com a organização da competição para verificar a possibilidade de o garoto realizar a etapa na unidade hospitalar. Patrícia, que acompanha Bruno, lembra que a liberação veio logo nos primeiros telefonemas.
– Eu liguei para a escola e depois para a organização. Foi bem tranquilo para liberar. Não seria justo que ele não fizesse. No sábado, vem uma fiscal exclusivamente para acompanhar ele – explica a psicopedagoga.
Leia as últimas notícias de Joinville região
A mãe de Bruno, Patrícia Priebe, conta que quem incentiva o filho na matemática é o seu marido, Alceu Priebe. Ela diz que toda semana eles vão até a escola de Bruno para conversar com os professores e garantir que o pequeno não se prejudique por conta do afastamento da sala de aula. Parte do conteúdo das aulas é enviado para Bruno para que ele possa acompanhar a turma.
Continua depois da publicidade
– Matemática é minha matéria preferida. O que mais gosto é divisão – conta o pequeno, que está no sexto ano do ensino fundamental.
Bruno se classificou para a segunda fase porque ficou entre os 5% mais bem colocados de seu colégio. Ele concorreu com alunos do sexto e do sétimo ano, que fazem a mesma prova. Agora, a expectativa é receber uma das medalhas distribuídas pela OBMEP. O resultado sai no dia 22 de novembro.
Para escolas públicas, serão 500 medalhas de ouro, 1,5 mil de prata, 4,5 de bronze e até 46,2 mil menções honrosas. De acordo com a organização da OBMEP, a competição bateu novo recorde este ano: 18,2 milhões de inscritos, de 53.230 instituições de ensino, atingindo 99,6% dos municípios brasileiros. Pela primeira vez, a competição conta com estudantes de colégios particulares. São 4.472 escolas particulares. Os estudantes de escolas particulares receberão 25 medalhas de ouro, 75 de prata, 225 de bronze e até 5,7 mil menções honrosas.
Dos 941.594 aprovados para a segunda fase, 903.719 são de escolas públicas e 37.875 de privadas. O Nível 1 (6º e 7º anos do Ensino Fundamental) terá 315.538 participantes; o Nível 2 (8º e 9º anos) contará com 275.385, e o Nível 3 (Ensino Médio) 350.671. As cerimônias de entrega dos prêmios da OBMEP ocorrem em 2018, em data a ser definida. Professores, escolas e secretarias de Educação também concorrem a prêmios, de acordo com o desempenho dos alunos na segunda fase. Criada em 2005, a OBMEP é uma realização do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Ministério da Educação (MEC).
Continua depois da publicidade