Tire os sapatos, esvazie a mente e respire fundo. Se quando você pensa em Garopaba a única coisa que vem à sua mente são as praias agitadas e as baladas noturnas, saiba que a cidade ancorada no Litoral Sul do Estado também guarda outros tesouros. Mesmo depois do boom turístico, na década de 1970, a pequena vila de pescadores e tradições açorianas ainda mantém lugares reservados para quem quer relaxar e conhecer as belezas naturais sem enfrentar filas ou ficar no meio da multidão.

Continua depois da publicidade

No Morro da Encantada, o Templo Budista envolve os visitantes com decoração e peças tradicionais. A casa cravada em meio à mata atlântica foi construída há quatros anos pelo casal Flavius Raymundo, de 35 anos, e Susana Susi Pfeifer Raymundo, de 38 anos. Todos os objetos do Templo foram feitos no Brasil. No altar, sete imagens sagradas feitas com argila e algodão fazem referência a Buda e outros mestres. O trabalho foi realizado pelo artista butão Dendup, que morou durante seis anos em Garopaba. Bandeiras coloridas ajudam a alegrar o entorno do local.

– Elas contêm mantras e preces e levam energia positiva para todos os lugares quando o vento bate – explica o budista.

De acordo com Raymundo, todas as cores e detalhes dos ornamentos do templo têm um significado particular e profundo. A intenção do espaço sagrado, que tem capacidade para 40 pessoas, é expandir as atividades do lama Chagdud Tulku Rinpoche, o fundador do centro de budismo tibetano da cidade gaúcha de Três Coroas, em 1995.

– Queremos compartilhar as técnicas de meditação que aprendemos com nosso professor e trazer benefícios para as pessoas. Todos podem participar – convida.

Continua depois da publicidade

Passeios ecológicos

Enquanto muitas pessoas preferem emendar a balada e ver o dia amanhecer em uma das oito praias de Garopaba, uma outra tribo escolhe levantar da cama cedinho, quando ainda está escuro, para fazer uma caminhada e apreciar os primeiros raios de sol iluminarem o céu.

Um dos trajetos mais indicada pelo instrutor de esportes de aventura Mauro Cesar Garcia, de 49 anos, é a trilha da Pedra Branca. No alto do morro, com cerca de 250 metros, dá para enxergar quase todas as praias da orla marítima. Para os mais aventureiros, ainda é possível praticar rapel na Pedra Branca.

– Temos mais de dez trilhas aqui. Desde caminhadas mais leves, como as trilhas costeiras entre as praias, até níveis médios. O bom é fazer sempre com um guia porque os caminhos são antigos e muitas vezes podem estar fechados – aconselha.

As trilhas podem variar de acordo com a vontade dos ecoturistas. Dá para escolher entre as trilhas existentes na Mata Atlântica, usadas pelos indígenas e jesuítas no passado, a Floresta Encantada, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ou as dunas e costões da região.

Continua depois da publicidade

Silêncio e privacidade

No início do Morro da Encantada, um centro de ioga oferece programas de meditação e relaxamento. Os visitantes podem escolher entre as diferentes técnicas de massagens indianas, tailandesas e havaianas, com preços que variam entre R$ 80 e R$ 120. Uma consulta médica, com abordagem preventiva, pode auxiliar e indicar o tipo mais indicado.

– A medicina Ayurvédica é uma ciência holística que trabalha com um olhar mais abrangente – detalha a médica Adriana Pissetti, de 40 anos.

O shirodhara, por exemplo, é uma massagem que trabalha com um fluxo contínuo de óleo morno, ou líquido medicinal, na região próxima às sobrancelhas e induz a um estado grande de relaxamento porque atua no sistema nervoso central.

– Ela traz vários benefícios e é indicada no tratamento de enxaquecas, fadiga, estresse mental, deficiência de libido, ansiedade, depressão e insônia – enumera a massoterapeuta Solange Barden, de 24 anos.

Continua depois da publicidade

Há seis anos, o centro os alunos do Centro de Yoga Sivananda durante o mês de janeiro para um curso de imersão de quatro semanas. Cerca de 100 pessoas participam do retiro, entre brasileiros e estrangeiros.

– Não conheço nenhum lugar no Brasil como esse: grande e com a natureza tão generosa – conta o diretor do centro, Julio Falavigna, de 40 anos.

Para os leigos, há uma introdução ao ioga durante um final de semana, com hospedagem de três noites, práticas, passeios e todas as refeições. Mas é preciso agendar antes.

Praia vazia?

Longe das agitadas praias da Ferrugem, Silveira, Garopaba e Ouvidor, a cidade conta com balneários mais tranquilos. A nove quilômetros do centro, a praia do Siriú é o local mais indicado para quem prefere curtir os dias de sol sem ter que disputar espaço nas areias. Com cinco quilômetros de extensão, a praia possui areias finas e dunas bastante altas onde dá para praticar até sandboard. Outra opção é a praia da Gamboa, mais quatro quilômetros ao norte.

Continua depois da publicidade