Na segunda metade dos anos 1970, todos os documentos e materiais do governo de Santa Catarina traziam um slogan impresso: “governar é encurtar distâncias”. A frase era um mantra para o então governador Antonio Carlos Konder Reis e atualizava o bordão lançado no final dos anos 1920 pelo presidente Washington Luiz, “governar é construir estradas”. Muita coisa mudou, mas a infraestrutura continua sendo um dos principais desafios para quem vencer a disputa pelo governo catarinense.

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Santa Catarina tem mantido o crescimento econômico contínuo – no primeiro trimestre, foi o terceiro Estado nesse quesito. Mas manter o ritmo está ligado diretamente aos investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

– Nossos portos escoam quase 20% dos contêineres exportados pelo Brasil. Sem boas estradas, até que as ferrovias sejam implantadas, continuaremos tendo prejuízos incalculáveis – diz o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina, Glauco Côrte.

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As obras necessárias estão na ponta da língua de entidades e candidatos. Ferrovias ligando o Oeste ao Litoral catarinense – facilitando as exportações de frango e carne suína -, ao Centro-Oeste brasileiro, para o transporte de grãos e outra no litoral, interligando os cinco portos. E também as duplicações das BRs 280 e 470, além da conclusão das obras da BR-101. Todas têm um ponto em comum: são de responsabilidade do governo federal. O que não significa que o próximo governador possa tirar esse desafio da agenda.

Presidente da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas, Sérgio Medeiros lembra da necessidade de modernizar e ampliar os aeroportos, especialmente o de Florianópolis – em obras, mas em ritmo lento. Além de pressionar a União, o Estado também tem seus desafios. Santa Catarina está investindo em obras em 2.931 quilômetros de rodovias estaduais. Continuar esse processo é fundamental, seja quem for o eleito.

Tornar a parceria público-privada uma opção viável é outro foco. Em 2005, a empresa SC Parcerias foi criada com essa missão, mas ainda não alcançou o objetivo.

::: Os maiores desafios

– Pressionar por maior agilidade nos projetos federais para ferrovias.

– Pressionar o governo federal pela duplicação das BRs 280 e 470 e conclusão das obras na 101.

– Viabilizar junto ao Ministério da Agricultura o aumento de número de fiscais nos portos catarinenses.

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– Regulamentar e viabilizar a possibilidade parcerias público-privadas em obras de infraestrutura.

– Concluir as obras de recuperação de rodovias estaduais em andamento.

.::: O que dizem os candidatos

Raimundo Colombo (PSD)

Diz que o principal objetivo é criar um sistema moderno de manutenção das rodovias, ressaltando 3 mil quilômetros recuperados ou em recuperação no primeiro mandato. Destaca parcerias com a União para priorizar demandas, como construção do novo aeroporto da Capital, conclusão da duplicação da BR-101 Sul e duplicações das BRs 280 e 470.

Paulo Bauer (PSDB)

Prega parcerias com a iniciativa privada e com a União para obras em aeroportos, ferrovias, rodovias e oleodutos/gasodutos e acessos aos portos. Promete construir acessos e contornos nos municípios e início da implantação de trens metropolitanos no Estado. Defende implantar ciclovias nas rodovias estaduais que cruzem perímetros urbanos.

Claudio Vignatti (PT)

Promete planejar de médio a longo prazo a integração regional. Aposta em parceria com a União para viabilizar ferrovias, especialmente a do Frango e a Norte-Sul. Propõe pavimentar rotas alternativas entre pequenas cidades, diminuindo o tráfego em rodovias estaduais e federais. Também fala em ampliar e modernizar aeroportos regionais.

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Afrânio Boppré (PSOL)

O candidato do PSOL não cita planos para viabilizar obras como a duplicação das rodovias e ferrovias sob responsabilidade federal, mas promete criar um sistema estadual de ferrovias. Não detalha os trajetos.