Não é preciso ter muita técnica. Vence quem souber conciliar velocidade e equilíbrio. Quem não é esportista arrisca a sorte. A 16ª edição da Corrida de Garçons de Balneário Camboriú – realizada na Avenida Atlântica – reuniu de tudo nesta segunda-feira. Teve novatos, veteranos, quem levou a competição a sério e quem se divertiu simplesmente em estar lá. Foi o caso de Selma Silva Lima, de 32 anos, que é garçonete em uma pizzaria no Centro da cidade. Ela arrumou os cabelos e passou até maquiagem para a competição.

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– Vale tudo para participar e confraternizar. Claro que o prêmio é muito importante, mas só de estar aqui eu já me sinto feliz – garante.

Foram mais de 100 participantes nas categorias masculino e feminino. O desafio de fazer o melhor tempo no percurso de 200 metros de frente para o mar foi dificultado pela bandeja carregada com uma garrafa de cerveja. O desequilíbrio significava o fim da prova para competidor. Ao som de Reginaldo Rossi, com uma das mão para trás, o jeito foi manter a calma e a concentração. Do lado de fora da pista, a aflição tomava conta da plateia.

– Quer nervoso que dá! Estou aqui fazendo caras e bocas na torcida. Impossível não parar a caminhada para dar uma espiadinha – conta a aposentada Maria Angélica Ribeiro de Simões, 64.

A Corrida de Garçons de Balneário Camboriú teve o ar cor-de-rosa de Sandro Margarida, o famoso árbitro de competições locais. Foi ele quem deu o apito inicial da prova e confessou: trabalhou como garçom por 13 anos na cidade do Rio do Sul, antes de se mudar para o Litoral.

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– É uma festa muito bacana, que valoriza esses profissionais tão importantes aqui para o turismo da nossa região – disse.

O evento é feito todos os anos em homenagem ao dia do garçom, comemorado em 11 de agosto. Como nas outras edições, o troféu para o primeiro colocado foi uma motocicleta zero quilômetro. Os outros três colocados receberam premiações em dinheiro.

Conquista recente

A área atendida pelo Sindicato dos Empregados em Hotéis, Serviços de Hospedagem, Bares, Restaurantes e de Fast Foods de Balneário Camboriú e Região (Sechobar) – desde Balneário Camboriú até Barra Velha – possui hoje cerca de 2,5 mil garçons e garçonetes devidamente registrados. Todos os anos, a classe levanta uma bandeira em busca de seus direitos junto aos patrões. A mais recente conquista foi em julho passado. Por determinação judicial, os donos de bares, restaurantes e lanchonetes não podem mais exigir que garçons e garçonetes façam os serviços de limpeza.

– Nenhum garçom pode lavar o chão, limpar os vidros e o banheiro. Isso era muito comum aqui nas cidades da região e agora não podem mais acontecer. O restaurante que for pego exigindo esses serviços pode ser multado em mais de R$ 900 – afirma Olga Ferreira, presidente do Sechobar.

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Olga conta que a decisão foi uma vitória do sindicato, que recebia muitas reclamações da classe. As denúncias do trabalho de limpeza dos estabelecimentos, agora ilegal para garçons e garçonetes, podem ser feitas direto do Sechobar pelo telefone 3367-4548.