O garapuvu é a árvore símbolo de Florianópolis, que pode chegar a 30 metros de altura, colore os morros da cidade com suas flores amarelas e faz parte da história da população pesqueira da cidade. Este ano, no entanto, a árvore está sofrendo os efeitos das mudanças climáticas: chegou a primavera e os galhos ainda não floresceram (veja fotos abaixo).

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O engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Fisiologia Vegetal, Enio Luiz Pedrotti, explica que este está sendo um ano atípico para o garapuvu:

— Nos outros anos era comum que no início de setembro a árvore já tivesse florescido.

O ano de 2023 está sendo marcado por diversas mudanças no clima, e uma delas é o inverno mais quente que o habitual.

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— Muito provavelmente o garapuvu ainda esteja “esperando pelo inverno”, já que a planta precisa do frio para florescer, e este ano quase não fez frio em Santa Catarina — explica o fisiologista vegetal.

Os frutos do guarapuvu (Schizolobium parahyba) amadurecem de abril a julho e as plantas perdem as folhas no inverno, quando surgem as flores grandes em amarelo-ouro. A árvore tem um tronco reto e imponente. De casca lisa acinzentada e com um diâmetro de cerca de 70 centímetros na altura do peito, pode ser abraçada por um adulto.

A importância de preservar o garapuvu

Não é a toa que o garapuvu foi escolhido para ser a árvore símbolo da Capital catarinense. A planta tem sua importância ecológica, econômica e cultural para a região. Enio Luiz Pedrotti explica que a árvore é considerada uma planta precursora, ou seja, ela cresce muito bem em serras e morros, e sua altura e imponência da sua copa faz sombra para que outras espécies possam se desenvolver abaixo dela.

Ademais, segundo Enio, Santa Catarina é o único Estado em que essa planta cresce espontaneamente na natureza.

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— Ela pode ser encontrada também no Rio Grande do Sul, mas são todas plantadas, não crescem por conta própria como crescem aqui. — explica.

O garapuvu ou guarapuvu, além de sua importância ecológica, tem sua importância econômica e cultural na Ilha, pois sua madeira é muito maleável, possibilitando que os pescadores pudessem construir a “canoa de um pau só”. O fisiologista vegetal chega a afirmar que: — a consequência dessa árvore é o peixe, visto que muitas comunidades dependiam de sua tábua para construção das barcas.

Uma memória resgatada pelo fisiologista foi das crianças que brincavam com as sementes do garapuvu: — antigamente nas comunidades não se tinha acesso a brinquedos de plástico, então usavam as sementes para brincar. — comenta Enio.

Hoje, mesmo com o rápido crescimento da árvore, o corte da madeira é proibido para preservar o garapuvu.

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Veja fotos do garapuvu sem as folhas

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