O governo venezuelano obteve uma adesão de peso à tese de que Hugo Chávez pode tomar posse na presidência depois do dia 10 de janeiro. Reeleito para um quarto mandato, o presidente convalesce da quarta cirurgia para tratamento de um câncer.
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Contrariando a posição da aliança oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD), Henrique Capriles concordou com a ideia de que o presidente assuma mais tarde o novo mandato. Derrotado por Chávez no pleito de outubro, Capriles recebeu 44,97% dos votos.
– É preciso ser muito sério e muito transparente nestes casos, penso que não perde a condição de presidente eleito a pessoa que não possa tomar posse exatamente no dia estabelecido. Se o presidente da República não puder se apresentar no dia 10 de janeiro para tomar posse diante da Assembleia Nacional, a própria Constituição tem as respostas. Aí se aplicaria inicialmente uma ausência temporária e, depois, o que estabelece a Constituição para a falta absoluta – disse Capriles.
Vencedor da prévia presidencial da oposição em fevereiro, Capriles acaba de ser reeleito governador do Estado de Miranda, um dos quatro a serem comandados por adversários de Chávez a partir de janeiro.
Diante da falta de uma data estimada para o retorno de Chávez de Havana, onde convalesce da cirurgia, iniciou-se um debate sobre se a posse na Assembleia Nacional pode ser adiada ou não. Na contramão do que pensa Capriles, a aliança oposicionista MUD diz que a ausência de Chávez no dia 10 caracterizará “falta absoluta”.
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Maduro informou que falou por telefone com Chávez
A Constituição venezuelana prevê faltas temporárias do presidente (de até 90 dias prorrogáveis por mais 90), durante as quais deve assumir o vice-presidente, e faltas absolutas (que devem ser decretadas pela Assembleia Nacional), em caso de morte, renúncia, destituição e inabilitação física ou mental. Caso seja decretada a falta absoluta antes da posse ou nos primeiros quatro anos de governo, a Constituição determina realização de eleições presidenciais no prazo de 30 dias.
Na segunda-feira, Chávez apresentou leve melhora, mas continuou de repouso absoluto. Perto da meia noite da véspera de Natal, Maduro informou por intermédio do canal estatal VTV que falara com Chávez por telefone por cerca de 20 minutos e que o presidente estava “de muito bom humor” e dando ordens de governo.
– Estava caminhando, fazendo exercícios que fazem parte de seu tratamento diário – disse Maduro.
Depois de Correa, Evo desembarca em Havana
De surpresa, o presidente da Bolívia, Evo Morales, desembarcou na madrugada de domingo em Havana, Cuba. Ele foi recebido no Aeroporto José Martí pelo presidente cubano, Raúl Castro, e pelo ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez.
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Aliado de Castro e de Morales, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, convalesce na capital cubana de uma cirurgia de câncer.
Na segunda-feira, Morales silenciou sobre detalhes da viagem e sequer revelou se fez visita a Chávez. Antes dele, o presidente do Equador, Rafael Correa, tinha viajado a Havana no dia 10, véspera da cirurgia a que foi submetido o venezuelano.