Atuando como ponto de conexão entre artistas e público desde 2013 em Joinville, a El Clandestino Galeria de Arte apresenta sua primeira exposição coletiva: “Ocupação Clandestina”. A galeria, que desde 2017 não possui mais espaço expositivo fixo e atua de forma virtual e itinerante, propõe mais do que uma mostra de arte, mas, sim, um convite a um circuito por diversos pontos de Joinville, estimulando o espectador a experimentar novos lugares para a arte. Até o dia 29 de março, o público é convidado a percorrer esses locais para conhecer obras de 11 artistas e refletir sobre qual é o espaço para a arte. Ela deve estar somente em museus e galerias ou pode ocupar ambientes do nosso cotidiano?

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Ao todo, serão mais de 30 obras de diversas linguagens, suportes e poéticas, que estarão expostas em cinco lugares da cidade. Simultaneamente, esses trabalhos estarão disponíveis para visualização e compra na galeria virtual da El Clandestino. Alguns artistas da “Ocupação Clandestina” já participaram de outras ações e fazem parte do acervo da galeria, como Marc Engler, Rogério Negrão, Lena Muniz, Celaine Refosco, Fabio Dudas e O Tropicalista. Outros estreiam nesta mostra, como a artista paulista Clarice Borian e o joinvilense Loe Böhr, além da dupla curitibana Leila Alberti e Giovana Casagrande. A curadoria é de Sarah Pinnow e foi pensada de forma a dialogar com os espaços e públicos de cada local ocupado.

Os locais selecionados para mostras coletivas são Lardic Ateliê; Sou.Fa Design; Doce Beijo Chocolataria; Pura Vida Mercearia Orgânica; e Don e Donna.

– Durante quase três anos, realizamos mais de vinte exposições e ações em nosso espaço físico. No início de 2017, começamos a experimentar algo novo. Mais do que ocupar o cubo branco do nosso espaço físico, entendemos, como todas essas ações, que a arte precisa e deve ganhar as ruas. Percebemos que o limite físico do nosso espaço deveria ser quebrado. Que paredes podem ser suportes, mas não devem ser limites. Alinhados ao propósito de democratizar a arte e fazê-la chegar até as pessoas, decidimos itinerar. Propor novos formatos para as exposições e novos espaços expositivos. Estabelecer parcerias, procurar novos horizontes. Agora, queremos dividir este questionamento com o público, provocando-o e colocando a arte em espaços onde todos circulam –comenta a curadora da exposição.

A exposição surgiu também da vontade de divulgar os espaços que a cidade possui, como forma de mostrar ao público que Joinville é uma cidade interessante em diversos aspectos.

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— Temos muitos criativos aqui, empreendedores de diversos segmentos que acreditam no potencial da cidade e estamos sempre trabalhando de forma conectada e em parceria. A ideia de ocupar estes espaços é também mostrar este circuito – comenta João Guilherme, designer e um dos idealizadores da galeria.

A exposição faz parte de um projeto apoiado pelo Mecenato Municipal – Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec), da Secretaria de Cultura e Turismo e da Prefeitura de Joinville.

Serviço:

O QUÊ: “Ocupação Clandestina”.

QUANDO: de 13 a 29 de março de 2018 (confira horários de visitação e endereços abaixo).

Todas as obras estão à venda em www.elclandestino.com.br.

FIQUE POR DENTRO

Confira a programação completa:

ESPAÇO 1 — LARDIC ATELIÊ

Rua Lages, 434.

Visitação gratuita — segunda a sexta, das 9h às 18h, e sábado das 9h às 13h.

Expositores:

LENA MUNIZ

Para a “Ocupação Clandestina”, Lena desenvolveu obras inéditas que surgem da observação dos objetos cotidianos que habitam seu ateliê: a esponja usada na cerâmica e alfinetes usados para suas práticas com costuras.

LOE BÖHR

O artista, que usa o bordado como processo para explorar temas como gênero, corpo e sexualidade, vai apresentar bordados em linho da série Pornocuir – Erótico.

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ESPAÇO 2 — SOU.FA DESIGN

Rua Lages, 660 – sala 7.

Visitação gratuita — segunda a sexta, das 9h às 12h e 13h30 às 18h30; e sábado, das 9h às 13h.

Expositores:

CELAINE REFOSCO

A artista plástica apresenta “Andanças”, uma série intimista de desenhos feitos com lápis de cor sobre papéis grandes e coloridos, às vezes misturados a aquarela e nanquim.

ROGÉRIO NEGRÃO

O designer e artista visual desenvolveu uma série com seis obras inéditas para a exposição, decorrentes de “Máquinas de Abismo”. Trata-se de um trabalho criado por Rogério em torno da construção de máquinas imaginárias, a partir de desenhos e patentes do início da Revolução Industrial e tem o objetivo de provocar reflexão sobre o sentido dos objetos.

ESPAÇO 3 — DOCE BEIJO CHOCOLATARIA

Rua Aquidaban, 330.

Visitação gratuita — segunda a sábado, das 9h às 19h.

Expositores:

LEILA ALBERTI E GIOVANA CASAGRANDE

As artistas desenvolveram um trabalho híbrido, que mescla porcelana com crochê e bordado, com a intenção de estimular a sensibilidade para o fazer manual. Para a exposição “Ocupação Clandestina”, Leila e Giovana apresentam objetos-arte confeccionados em porcelana e bordados.

FABIO DUDAS

Em suas telas e gravuras, o artista mescla o universo onírico à inocência. Em “Ocupação Clandestina”, serão apresentadas xilogravuras numeradas desenvolvidas em diversos momentos de seu estudo e pesquisa.

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ESPAÇO 4 — PURA VIDA MERCEARIA ORGÂNICA

Rua Ministro Calógeras, 1.514.

Visitação gratuita — segunda a sexta, das 8h30 às 19h, e sábado, das 9h às 13h.

Expositores:

MARC ENGLER

Marc apresenta obras da série “Consumoque Vol. II”, composta por fotografias e objetos. Nos trabalhos, o artista usa o lixo como metáfora para a ruína da cultura e da identidade baseadas no consumo.

MARCOS RÜCK

O arquiteto desenvolveu uma série de objetos resgatando antigos desenhos expostos em 1989 em sua mostra individual “Alchimia”. As obras, que representam os quatro elementos — terra, água, fogo e ar –, antes construídos em papel vegetal, agora tomam forma em objetos luminosos em alumínio, metacrilato, lâmpada de LED e fotocópia sobre acetato, numa proposta contemporânea.

ESPAÇO 5 — DON E DONNA por Alexandre Simas

Rua Plácido Gomes, 308.

Visitação gratuita — terça a sábado, das 9h às 18h

Expositores:

CLARICE BORIAN

Em 2014, durante a crise hídrica, a artesã paulista resolveu bordar nas folhas caídas das árvores a palavra gratidão e pendurá-las de volta nos galhos com a ajuda de arame. Foi então que, sem pretensão, seu trabalho começou a ficar conhecido. Em “Ocupação Clandestina”, serão apresentadas algumas de suas folhas bordadas.

O TROPICALISTA

Os artistas Marcelo Fialho (E) e Marco D. Julio, que trabalham juntos há mais de uma década, criaram uma obra inédita para a exposição: “Maleável II”. Trata-se de uma escultura em seda pura e linho com estampa exclusiva desenhada por eles e impressa digitalmente sobre tecido. Também serão comercializados porcelanas e panos de amarração com estampas feitas a partir da observação de seus percursos pela natureza e do meio onde vivem.

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