Pela primeira vez em 30 anos, a tradicional galeria de arte Helena Fretta abre exposição sobre o grafite – arte urbana que já está legitimada nas ruas de Florianópolis há mais de duas décadas. No dia 3 de janeiro artistas começaram a grafitar a fachada do espaço, e a partir de hoje mostram em seu interior criações feitas em suportes diferentes dos usuais muros e paredes da cidade. As obras são de sete grafiteiros, além de fotografias da artista Vânia Martins, que fez a curadoria da mostra intitulada Floripa no Graffiti.

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– Há cinco anos pesquiso sobre arte urbana – comenta a marchande Helena Fretta, que desde então alimenta a ideia de abrir em sua galeria uma mostra sobre o tema.

No ano passado ela participou da Bienal Internacional do Grafite, o MuBE, em São Paulo, onde conheceu dois artistas catarinenses.

– Temos aqui bons grafiteiros. Nossa ideia é desmitificar o grafite em si. Já existem muitas pessoas pesquisando essa arte – diz Helena.

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As obras dos grafiteiros Alma Set3, Bug, Dogz, GBA, Tim Tchais, Toy e Wagz, e da fotógrafa Vânia Martins, feitas em tela, papel e até jeans, ficarão expostas por um mês e estarão à venda. São trabalhos que mostram a cultura das ruas, com personagens e caligrafias dentro da estética do grafite. A arte nas paredes externas da galeria, localizada na rua Presidente Coutinho, permanece por pelo menos seis meses.

Não à resistência

Segundo Helena Fretta, apesar de o grafite ser uma manifestação artística antiga e a cada dia mais forte nos espaços públicos do país, é um tipo de arte ainda vista com resistência por muitos.

– O grafite no Brasil é muito interessante, e um galerista tem o papel de mostrar e ousar. Tabu até existe, como em outras modalidades de arte.

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Na Capital, a Galeria COR é uma das poucas especializadas em arte urbana.

– O grafite se renova sempre e não se pode negar que é uma mídia forte. Estar numa galeria como a Helena Fretta é resultado do nosso trabalho – comenta Martim Amaral, conhecido no meio como Tim Tchais.

Segundo ele, é uma arte que é essencialmente urbana, mas que tem representantes de uma nova geração que sai da rua para a academia e depois volta para a rua de novo.

– O grafite está invadindo todos os espaços de maneira positiva. Faz parte da história de Florianópolis – complementa Wagner Rodolfo Horbe, que assina trabalhos com Wagz.

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Além de grafitar muros e paredes, ele também trabalha com customização de roupas. Em jaquetas jeans, símbolo da moda de várias gerações e tribos (roqueiros, punks, hippies etc), ele pinta nas costas imagens da cultura Hip Hop.

:: Agende-se

O quê: exposição Floripa no Graffiti

Quando: hoje, 19h (abertura). Visitação até 22/2, segunda a sexta, 9h às 18h30min, e sábado, 9h às 13h

Onde: Helena Fretta Galeria de Arte (rua Presidente Coutinho, 532, Centro, Florianópolis)

Quanto: gratuito

Informações: (48) 3028-2345