Que a internet invadiu a vida das pessoas, isso todo mundo sabe e concorda, em gênero, número e grau. Mas quando são as pessoas que invadem a internet para usá-la como ferramenta para encontros no mundo real, a história fica muito mais interessante. Um grupo de joinvilenses transformou a paixão pelos anos 80 e 90 e a saudade da cidade daquela época em novas amizades.

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O responsável pelo início de tudo é o DJ Sandro Gramodow, 39 anos, joinvilense e apaixonado pela cidade.

– Queria encontrar uma maneira de valorizar o que é daqui -, conta, explicando por que criou uma comunidade no Orkut e, em setembro do ano passado, um grupo no Facebook.

A comunidade não deu muito certo. Mas o grupo Anos 80-90 Joinville, com 40 dias já passava dos 2 mil integrantes e um intenso debate sobre a época e as “saudades” de cada um.

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A maioria deles tem mais de 30 anos e viveu numa Joinville onde todo mundo se conhecia. Agora, pelo grupo, conseguiram reencontrar velhos amigos e descobrir novos, que compartilham das mesmas lembranças. Parte dessa turma frequentava os mesmos lugares, mas o tempo tratou de afastá-los. Muitos não se viam nem se falavam fazia muitos anos. E eles se reencontraram em pequenas mensagens deixadas diariamente no Facebook.

A cada 15 dias, pelo menos, um encontro é marcado. E quem pode aparece. Catia Leonel é uma das que não perde um encontro. E leva os filhos para que eles possam conhecer um pouco do grupo.

– O legal é isso de a gente poder se divertir com a família e com os amigos, novos ou antigos -, conta ela, que era modelo na década de 80 e reencontrou muita gente com quem convivia naquele tempo.

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Foi muito bom ter essa chance de rever todo mundo -. Edna Vieira que o diga.

Uma das mais ativas da turma, ela garante que seu principal grupo de amigos hoje é o que foi formado depois do reencontro pelo Facebook.

– E cada um que entra acaba trazendo um novo amigo, aumentando esse círculo que só tem lembranças boas -, comemora.

Sandro e mais cinco colegas moderam os debates.

– Tudo é colocado em discussão e votado -, conta.

Desde a escolha do logotipo até onde será o próximo encontro. O grupo virtual serve de espaço para divulgação de fotos, lembranças e, também, de rede de contato para que encontros reais possam ser marcados.

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– A ideia principal é trazer o grupo, que é virtual, para o mundo real. A gente consegue sair da rotina e falar todos a mesma língua -, define Sandro.

Há participantes de Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e até Itália e Estados Unidos.

– São joinvilenses ou apaixonados pela cidade que não moram mais aqui e encontraram no grupo uma afinidade.

O grupo tem a pretensão ainda de servir de fonte de pesquisa sobre a época e ensinar sobre a história de Joinville, usando a memória de gente que gosta e preserva as tradições da cidade.

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O primeiro encontro aconteceu no Mercado Público de Joinville, dia 7 de setembro de 2011. Bastou lançar o evento no Facebook para atrair imediatamente quem estava online. Depois, os outros encontros foram quase naturais.

– A gente chama a galera e, rapidinho, reúne um monte de pessoas.

Sandro conta ainda que, desde que o grupo foi criado, muita coisa já aconteceu.

– Já teve separação, namoro novo e até quem conseguiu emprego por causa da galera -, lembra.

Patrícia Demke e Marcelo Schattschneider formam um dos casais que nasceram depois que a brincadeira no Facebook virou coisa séria. Ela tinha se separado do antigo amor em julho e, por acaso, acabou num encontro do grupo. Conheceu o namorado novo e, hoje, dividem muito mais que as boas história do passado. Eles, junto com pelo menos outros seis casais oriundos do grupo, agora desenham também o presente e o futuro.

Quem mora fora e ainda mantém o amor por Joinville, sempre volta. Com um grupo formalizado, fica mais fácil compartilhar as afinidades. É o caso de José Antonio Cordeiro, que vive em Curitiba, mas, sempre que pode, está por aqui.

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– Criamos um vínculo muito importante uns com os outros. E juntos conseguimos resgatar um pouco da história da cidade.

Se o amor e a amizade são os sentimentos que unem alguns, o que coloca todo mundo na mesma sintonia é a música.

– Este é o elo mais forte do nosso grupo -, diz Dario Dardin Jr, fã das canções que marcaram época há 20 ou 30 anos.

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– Tudo que tocava nas festas do Joinville Tênis Clube, na Chamonix e no Rariah a gente gosta -, conta ele, lembrando do gosto pelos clássicos do The Police, The Clash, Yazo, Fine Young Canniballs e REM.

O gosto pela música local da época também é compartilhado pelo grupo. Alencar Reinhold Brauer Junior tem discos de vinil da época de bandas como Atrito, H20 e Invasão Básica, e já planeja digitalizar o som. Tudo para preservar e, claro, ficar mais fácil compartilhar.

Como a música acaba sendo o fio condutor desse grupo, é claro que eles querem festas onde possam curtir o som da saudade. E todos querem muita agitação em 2012. O DJ Sandro, por exemplo, tem planos para organizar uma festa temática e ainda agendar projeção de filmes da época, para quem quiser mergulhar de vez na nostalgia. Quando no início de fevereiro o filme “Curtindo a vida adoidado”, com o clássico personagem Ferris, passou na televisão, uma enxurrada de mensagens foi postada na página do grupo. Nostalgia pura para um grupo que deu novo sentido ao verbo curtir!

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Para fazer parte do grupo Anos 80-90 Joinville, clique aqui e acesse a páginadesta galera no Facebook.