Nem o visual exuberante da praia de Canasvieiras foi suficiente para fazer com que o técnico de refrigeração Daniel Brito, 35 anos, deixasse de lado o tablet e se desconectasse do mundo virtual. Encarando o sol forte do dia 21, ele curtiu o descanso na beira do mar acessando a internet, principalmente as redes sociais. Vindo do Rio Grande do Sul, o técnico até virou motivos de risos da esposa, Rubianni Souza, 30 anos, que confirmou o fato dele nunca largar o equipamento, mesmo em situações extremas, como as férias em Florianópolis.

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Sempre que ele vai ao balneário leva o tablet e o celular, muitas vezes guardados em bolsas para não pegar tanta maresia. Só tira da proteção quando for captar uma foto ou postar alguma informação. Até agora, o método tem surtido efeito, já que não perdeu nenhum equipamento.

O mesmo não pode dizer a gaúcha Isadora Merlin, 17 anos, que teve dois celulares estragados por causa das visitas à praia quando vem à Florianópolis. Na areia, mesmo curtindo o sol, não desgruda do aparelho, enviando mensagens e até ligando para os amigos que deixou em Caxias do Sul. Só na manhã do dia 21 foram quatro mensagens.

– Não tem como ficar longe (do aparelho)-, diz.

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A irmã Patrícia Merlin, 22 anos, também curte ficar se comunicando enquanto aproveita o tempo de descanso. Mas em vez de usar o próprio aparelho, que pode estragar, prefere usar o celular da irmã.

Cuidados com os equipamentos

Apesar de parecer legal e cômodo levar o celular ou o tablet para a praia para se manter conectado, a ação pode ter consequências graves para o equipamento. O técnico de manutenção de smartphones Daniel Carlos Forester, da IphoneSC, destaca que o principal problema é a oxidação. A maresia ou a areia com sal chegam até a entrada do carregador, que normalmente fica exposta mesmo com as capas de proteção, e acaba enferrujando.

Segundo ele, os casos mais graves são quando o equipamento cai na areia ou na água, já que pode afetar o processador e a memória. Nestes episódios, o único modo de salvá-lo é com uma limpeza. Se for apenas com areia, pode ser feita com uma escova de dentes em casa. Se for com água, apenas o trabalho de uma assistência técnica pode salvar nas primeiras horas após o acidente.

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Mesmo que não tenha nenhum acidente fatal com o aparelho, o simples passeio perto do mar pode acelerar o fim da vida útil. Por causa da praia, Daniel recebe por semana de um a dois aparelhos com algum problema.

Mesmo sabendo das implicações que pode ter com o aparelho, o analista de sistemas Celso Ribas Júnior, 44 anos, vê uma relação interessante entre praia e celular. Ele fica curtindo o mar e ao mesmo tempo ligando e enviando mensagens para os amigos que não estão de folga. Só na manhã do dia 21, já havia feito três ligações e ficou o tempo todo conectado com a internet.

– É mais fácil não vir para a praia do que ficar um dia sem (celular)-, brinca.

Até agora, ele não teve problemas e acredita que equipamento pode durar mesmo após os dias perto da areia e do sal do mar. Quando chega em casa, o analista dá uma limpadinha para diminuir os riscos. Usa a própria toalha do banho, umedecida, para retirar a areia.

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O uso de celular e tablets na praia é uma tendência que tende a ficar em Florianópolis. Só na praia de Canasvieiras, por exemplo, num trecho de areia com cinco metros de comprimento, estavam quatro pessoas acessando a internet e enviando mensagens de seus telefones móveis.

Dicas do técnico Sérgio Roberto de Souza Júnior, dono da SOS Celulares

O que estraga o aparelho

-Excesso de calor, já que o equipamento é preparado para suportar até determinada temperatura;

-Excesso de umidade que pode danificar a placa;

-Maresia, fazendo com que o salitre acelere a oxidação;

-Areia pode danificar se entrar em contato com placa

-Água danifica qualquer eletrônico que não seja resistente ao líquido

-Suor pode escorrer e entrar na placa ou na bateria, correndo risco de explosões

-Creme e protetor solar podem também causar explosões em contato com a placa ou com a bateria. Também podem danificar o aparelho em contato com o calor extremo e puxa umidade.

O que fazer para evitar

-Colocar capa de proteção, normalmente de algodão para que a umidade possar sair;

-Evitar capas de plásticos, principalmente as de silicone, que trancam a umidade na parede do aparelho, deixando bolhas d’água, ou podem derreter;

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-Vedar as entradas para fones de ouvido e recarga dos equipamentos;

-Comprar aparelhos resistentes à água;

-Seguir as dicas acimas apenas se for extremamente necessário levar o celular ou o tablet. Caso contrário, deixar em casa é a melhor proteção.