A cantora Gal Costa, que morreu nesta quarta-feira (9) aos 77 anos, esteve a última vez em Santa Catarina em 2019 e conversou com exclusividade com a rádio Itapema FM, da NSC. Ela estava apresentando a turnê A Pele do Futuro com sucessos da carreira e parceria inédita com Marília Mendonça.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

O álbum de 2018 tem clássicos como Sublime, Mãe de Todas As Vozes, de Nando Reis, London London, de Caetano Veloso, Azul, de Djavan, As Curvas da Estrada de Santos, de Roberto Carlos, e Viagem Passageira, de Gilberto Gil. Além disso, parcerias mais recentes deram o ar de juventude às canções de Gal, como Cuidando de Longe, com Marília Mendonça, Palavras no Corpo, com Silva, e Motor, cover da banda Maglore.

VÍDEO: Último show de Gal em SC teve música que marcou o fim da ditadura militar no Brasil

Continua depois da publicidade

A última passagem da cantora no Estado aconteceu em 2019, num show realizado na UFSC, em Florianópolis. Nessa ocasião, a musa da tropicália conversou com a reportagem da Itapema FM, da NSC. Ela considerou o álbum recente “um disco jovem” e com “estética dos anos 1970”. Gal Costa também comentou sobre as repercussão das parcerias que fez, principalmente com a sertaneja Marília Mendonça, que morreu em tragédia de avião em 2021.

Leia entrevista com Gal Costa de 2019 em SC

Itapema: Assim como em Estratosférica, você trabalhou com diversos compositores, com mais ou menos tempo de carreira, que também vêm de estilos variados da música. Como você seleciona com quem vai fazer parcerias? Como foi trabalhar com esses artistas, e como essa variedade inspira o seu trabalho?

Gal Costa: Como sempre, em todos os meus discos, as músicas vão chegando, e o repertório vai tomando forma aos poucos. É como um quebra-cabeça. O Marcus Preto foi o responsável por ir em busca de músicas, pediu canções, e juntos ouvimos tudo o que ele garimpou. Algumas delas, no entanto, eu pedi diretamente, como no caso da música do Gilberto Gil e do Guilherme Arantes. Todas as canções foram mudadas, ganharam arranjos novos para seguir a linha da disco music.

Continua depois da publicidade

Itapema: Você achou que algumas pessoas poderiam torcer o nariz para a participação da Marília Mendonça, que vem do sertanejo?

Gal Costa: Quando eu disse que gravaria com ela ouve uma reação contra e muita gente não gostou. Mas acontece que eu vejo nela uma cantora muito singular, diferenciada de todo esse estilo sertanejo. Ela tem uma maneira única de compor e cantar. Tem um talento enorme.

Itapema: Como foi voltar a gravar com Maria Bethânia? Como surgiu a ideia de chamá-la para um dueto

Gal Costa: A música Mãe Menininha uniu a minha voz e a de Bethânia nos anos 1970. Nesse disco, resolvemos retomar esse encontro e cantar juntas, para nossas próprias mães, a música Minha Mãe, feita por Jorge Mautner e Cesar Lacerda. Bethânia é minha irmã da vida toda.

Continua depois da publicidade

Veja vídeo de Cuidando de Longe de Gal Costa e Marília Mendonça