O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Crimimais (Gaeco) seguia cumprindo mandados de busca no início da noite desta segunda-feira. A Operação Tapete Negro apreendeu na tarde desta segunda-feira documentos, arquivos, pastas e materiais de informática nas secretarias municipais de Serviços Urbanos, Obras e na Companhia Urbanizadora de Blumenau (URB).

Continua depois da publicidade

Em entrevista ao Santa, o promotor que coordena a Gaeco, Alexandre Grazziotin, explica que os materiais ajudarão nas investigações das denúncias de crimes contra a administração pública, fraude em licitações, desvio de verbas públicas e formação de quadrilha nos órgãos públicos, empresas e servidores municipais.

– Vamos reunir os materiais, catalogar, para fazer uma análise minuciosa e identificar evidências que possam confrontar com as informações obtidas com os envolvidos e com a investigação – explica Grazziotin.

Os envolvidos

A quantidade de material recolhido não foi informada pelo promotor, porque as ações prosseguem até o final da tarde desta segunda-feira. No total, são 37 mandados de busca e apreensão emitidos pelo Tribunal de Justiça.

Continua depois da publicidade

Ninguém será preso nesta operação, porque o objetivo é reunir provas que confirmem as denúncias. Graziotin também não revelou os nomes dos envolvidos nem detalhes das investigações, que estão sendo feitas agora pela Procuradoria-Geral do Ministério Público, em Florianópolis.

Informações preliminares de que estariam envolvidos também três vereadores eleitos, dois suplentes e secretários municipais não foram confirmadas pelo promotor.

A operação

As primeiras abordagens da Operação Tapete Negro ocorreram por volta das 7h30min, no prédio das secretarias de Obras e de Serviços Urbanos. Às 8h, foram abordados também empresas e servidores que estavam em casa, citados no processo. Mais de 40 policiais civis e militares participam da ação, além de componentes das Gaecos de Florianópolis, Itajaí, Joinville, Criciúma, Lages e Chapecó.

A Gaeco é uma força-tarefa do Ministério Público que reúne também as Polícias Militar e Civil, Polícia Rodoviária Federal e Secretaria Estadual da Fazenda. Segundo Grazziotin, a intenção é cumprir todos os mandados ainda nesta segunda, mas é possível que o trabalho seja estendido para terça-feira.

Continua depois da publicidade

A operação foi desencadeada pelas investigações que começaram ainda em 2006, pelo promotor da 14º Promotoria de Justiça de Blumenau, Gustavo Mereles Ruiz Dias, que atua na Defesa da Moralidade Administrativa em Blumenau.

As investigações

O Ministério Público apura possíveis irregularidades e crimes cometidos contra a administração pública, fraudes em licitações, desvio de verbas públicas e formação de quadrilha. Durante todo o procedimento foram investigadas mais de 30 pessoas, dentre funcionários públicos, empresários e empresas prestadoras de serviços de obras e engenharia.

A operação foi batizada de Tapete Negro porque um dos principais focos da investigação foi a subcontratação, por parte de empresas vencedoras dos certames licitatórios de outras empresas participantes do esquema, para a execução das obras de pavimentação de vias públicas em Blumenau.

As investigações não estão mais com o promotor Gustavo Mereles, em Blumenau, e seguem sob coordenação da Procuradoria-Geral de Justiça, em Florianópolis.

Continua depois da publicidade

A mudança ocorreu por entre os citados na apuração do MP existem pessoas com foro privilegiado por prerrogativa de função, ou seja, com cargos eletivos com direito a serem julgados por tribunal especial. Nenhum nome foi divulgado oficialmente até o momento.