Depois de cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão em cidades da Grande Florianópolis, na operação Falsa Impressão, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) coletou provas na Câmara de Vereadores da Capital na tarde desta terça-feira.

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Seis pessoas são presas durante operação Falsa Impressão na Grande Florianópolis

A força-tarefa ficou no prédio entre 17h e 18h45min e fez fotos de impressoras em todas as salas e nos 23 gabinetes da Casa. A empresa de informática alvo da operação na manhã de terça, que vende e aluga equipamentos de impressão a órgãos públicos, presta esses serviços também à Câmara de Florianópolis.

A ação na Câmara ocorreu com uma ordem judicial e a presidência da Casa foi informada. A assessoria jurídica do Legislativo municipal acompanhou o Gaeco na investigação, enquanto os vereadores prosseguiram normalmente com a sessão ordinária.

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O DC conversou com alguns vereadores e eles demonstravam tranquilidade com a ação do Gaeco. Eles disseram que a equipe fotografou os números das impressoras e pegou cópias dos contratos com a empresa prestadora do serviço. O Gaeco saiu do local sem conversar com os jornalistas.

Câmara emite nota sobre ação

Em nota divulgada à noite, a Câmara de Vereadores disse que forneceu informações ao Gaeco referentes ao contrato com a empresa prestadora do serviço de venda e locação de equipamentos para impressão de materiais de escritório, que foi contratada por licitação desde 2012 e que irá colaborar com a investigação.

Confira a íntegra da nota:

“A Câmara Municipal de Florianópolis comunica que na tarde desta terça-feira, 12 de maio, forneceu informações a força tarefa do Gaeco referentes ao contrato com a empresa Escrimate Comercial e Serviços de Informática, especializada na venda e locação de equipamentos para a impressão e de materiais de escritório.

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A empresa Escrimate é contratada pela Câmara por meio de processo licitatório desde 2012 e fornece serviço com relação a impressoras e materiais afins, como cartuchos de toner.

A Câmara vai fornecer todos os documentos e informações possíveis para colaborar com a investigação da Polícia que apura denúncia sobre fraude em licitação e falsificação de documentos realizado pela empresa Escrimate.

A Mesa Diretora colocou-se à disposição para colaborar no que for necessário e, de acordo com a apuração dos fatos, tomar as medidas cabíveis em relação ao contrato com a referida empresa”.

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Operação Falsa Impressão

O Gaeco cumpriu seis mandados de prisão temporária em Florianópolis, São José e Biguaçu e 11 mandados de busca e apreensão em Biguaçu, São José, Florianópolis e Palhoça, na manhã desta terça-feira. As ações são parte da operação Falsa Impressão, que apura fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva e associação criminosa envolvendo uma empresa do ramo de informática que presta serviços de venda e aluguel de equipamentos de impressão a órgãos públicos da região.

Conforme o Ministério Público, entre os presos estão dois agentes públicos – um funcionário da prefeitura de São José e outro de Biguaçu – e quatro pessoas da empresa de informática. A prefeitura de São José, por meio do secretário de Comunicação Fabiano Marques, negou a prisão de qualquer funcionário da administração municipal.

Os mandados foram expedidos pela Vara Criminal da Comarca de Biguaçu por solicitação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Os seis detidos em prisão temporária estão no Presídio de Florianópolis. O MP informou que nenhum nome será divulgado para não atrapalhar as investigações, que ainda devem ter mais desdobramentos operacionais.

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A investigação iniciou no final de 2013 e apurou também a obtenção de vantagem indevida por funcionários públicos das cidades de São José e Biguaçu.

O Gaeco é uma força-tarefa composta pelo Ministério Público de Santa Catarina, Secretaria de Estado da Fazenda, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal. Os trabalhos estão sendo desenvolvidos por 30 policiais dos Gaecos, com o apoio do Instituto Geral de Perícias e auditores do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas.

Origem da operação Falsa Impressão

A operação começou com uma denúncia anônima recebida pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Biguaçu, em 2 de setembro de 2013. A denúncia dava conta de prováveis fraudes em licitações e falsificação de documentos realizados por empresa atuante no setor de serviços e venda de produtos de informática para órgãos públicos.

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