O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) já cumpriu os 11 mandados de prisão temporária durante a operação “X da Questão”, deflagrada na manhã de quarta-feira, e durante a tarde começou a ouvir os envolvidos. A operação investiga supostos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e fraude no concurso público da prefeitura de Santa Cecília.

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Conforme o promotor responsável pela investigação, Joel Rogério Furtado Júnior, a intenção da fraude era beneficiar pelo menos cinco trabalhadores temporários da prefeitura para que se tornassem efetivos por meio do concurso. Teriam ocorrido vazamentos de gabarito e mudança de resultados.

Operação tenta prender 11 por fraude em concurso público em SC

Entre os presos estão sete agentes públicos — todos da prefeitura de Santa Cecília — e quatro empresários (dois de Blumenau, um de Lontras e um de Santa Cecília). Depois de ouvidos, os presos seguirão para o Presídio de Lages. Também foram cumpridos nesta quarta 16 mandados de busca e apreensão — um em Bombinhas, um em Lontras, um em Curitibanos, três em Blumenau e 10 em Santa Cecília — e quatro de condução coercitiva. Foram apreendidos ainda documentos relacionados ao concurso na prefeitura de Santa Cecília, em residências, em salas comerciais e na sede da empresa que realizou o certame.

A investigação vem sendo conduzida pela Promotoria de Justiça de Santa Cecília desde fevereiro deste ano, com apoio do Gaeco, e a operação foi deflagrada após a divulgação do resultado das provas, que ocorreu na terça-feira. Segundo a apuração, os supostos crimes ocorriam com a participação de servidores públicos da prefeitura de Santa Cecília, em conluio com empresários da região do Alto Vale e Vale do Itajaí.

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O inquérito vai continuar apurando se há mais envolvidos no caso e se há possibilidade de concursos feitos pela mesma empresa em outros municípios catarinenses também terem sido fraudados. A empresa envolvida é a Nebus Concursos, com sede em Blumenau. O Diário Catarinense tentou entrar em contato com a companhia, mas ninguém atendeu durante toda a tarde de quarta-feira no telefone fixo disponibilizado no site da empresa e o celular informado estava desligado.

A prefeitura de Santa Cecília também foi procurada para comentar o caso, mas a assessoria de comunicação informou que, por enquanto, não há um posicionamento sobre a investigação.