Na manhã desta quarta-feira, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Lages deflagrou a operação policial batizada “Bola de Neve – o Degelo”, dando cumprimento a mandados de busca e apreensão no município de Capão Alto, na Serra catarinense. A operação investiga supostos crimes de formação de quadrilha, fraudes em licitações e crimes contra a administração pública.

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Há indícios da participação direta de servidores públicos municipais e empresários em atividades ilícitas. Foram apreendidos documentos na prefeitura do município da região serrana e também na casa do atual prefeito, Luiz Freitas (PPS), e do ex-prefeito, Antonio Coelho Lopes Junior.

A ação policial também teve apreensões na sede de uma empresa suspeita, no município de Fraiburgo, e na casa de um empresário, na cidade de Maravilha, Oeste catarinense.

– Nosso trabalho não é tão simples, mas nos dá esperança de uma mudança de cultura por parte dos agentes públicos para que passem a agir na legalidade – disse o coordenador do Gaeco em Lages, Joel Rogério Furtado.

Ninguém foi preso. A ação foi realizada para a coleta de novas informações sobre os supostos crimes. A busca ocorreu, em especial, atrás de documentos relacionados à contratos entre a prefeitura e a empresa de Fraiburgo. As suspeitas recaem sobre pagamentos feitos à título de prestação de serviços que pode ter ocorrido desvio de verba pública.

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O Gaeco não divulgou o nome da empresa nem do empresário por ainda se tratarem de suspeitas. Para a tarde de hoje, está prevista uma coletiva em que pode ser divulgado o inventário do que foi apreendido.

Ao todo, foram expedidos pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina cinco mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos pelos policiais dos Gaecos de Lages, da Capital e de Chapecó. Para tanto, contaram com o apoio do Instituto Geral de Perícias (IGP), da Polícia Militar de Lages e da Promotoria de Justiça de Campo Belo do Sul.

O Gaeco é uma força-tarefa composta pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e as polícias Civil e Militar, além da Secretaria Estadual da Fazenda.

:: Desdobramentos

As investigações são reflexo da operação policial “Bola de Neve” deflagrada no ano de 2012, a partir da apuração, na comarca de São Joaquim, de irregularidades em licitações vinculadas à aquisição de serviços de reparo, manutenção e entrega de peças de veículos e máquinas pesadas.

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Naquela ocasião surgiram indícios da ocorrência da prática de crimes, não só em São Joaquim, mas também nas Prefeituras de Anita Garibaldi, Cerro Negro, Otacílio Costa, Porto Belo e também Capão Alto. À época, indícios de outras atos ilícitos por parte de agentes públicos municipais fizeram com que a investigação seguisse em andamento.