Gabriel Giovanetti, 19 anos, era do tipo de aluno que não se satisfazia em repetir experimentações comuns em feiras de ciência da escola. Enquanto os colegas reproduziam a erupção de vulcões e o funcionamento do sistema solar, o paranaense nascido em Ponta Grossa estava passos à frente, criando conceito de casa eficiente e robô que escrevia. Mesmo antes de as ideias de Gabriel começarem a se concretizar, outras atitudes precoces já sinalizavam a inclinação dele para as áreas ligadas à inovação.
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– Curioso, eu desmontava brinquedos e construía novos. Meu sonho era um dia trabalhar num lugar onde os meus projetos saíssem dos papéis e se tornassem reais.
Único homem entre os três filhos da professora Célia e do serralheiro Eliseu, Gabriel só teve sua aptidão desenvolvida quando chegou a Joinville, há quatro anos. Por providência do destino, dona Célia começou a trabalhar na unidade do Senai de Joinville e Gabriel passou a frequentar o curso de técnico em mecatrônica na mesma instituição ainda durante o ensino médio.
O plano de colocar os projetos de Gabriel em prática ganhava um endereço. Foi durante o curso técnico que ele integrou uma das equipes premiadas do Senai Challenge de 2016. Com outros cinco participantes, Gabriel precisou desenvolver um robô autônomo, que pudesse avançar obstáculos propostos pelo concurso no menor tempo.
Gabriel estava no segundo ano do curso quando soube do funcionamento de um dos institutos de inovação do Senai, que fica na mesma instituição. A unidade, única no País dedicada ao sistema de manufatura e processamento a laser, conta com a mais alta tecnologia na impressão em três dimensões de materiais complexos.
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O paranaense pediu para conhecer o instituto pessoalmente e se encantou com o que viu. A estrutura oferecida pelo laboratório era a chance de atender à vontade que ele tinha de criar coisas a partir do zero e melhorar outras tantas. Por isso, não hesitou em pedir uma oportunidade de estágio.
– Atualmente, trabalho com um processo novo chamado manufatura aditiva (MA), ou, como é mais conhecido, impressão 3D de metais.
Ele também cursa engenharia mecânica e empreende com a startup DeuZica, vencedora do 4º Startup Weekend Joinville, no ano passado. A plataforma de rastreamento auxilia quem tem bicicletas roubadas, fazendo a localização por meio de um dispositivo mais eficiente do que os disponíveis no mercado.
– Todo mundo tem um propósito, né? O meu é ajudar as pessoas por meio da tecnologia, e graças a Joinville estou conseguindo conquistar meu sonho.
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Texto: Rafaela Mazzaro, especial