O gabinete do Egito apresentou sua renúncia nesta segunda-feira, enquanto os confrontos entre forças de ordem e manifestantes pedindo reformas democráticas eram registrados pelo terceiro dia na Praça Tahrir, no Cairo.
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– O governo do primeiro-ministro, Essam Sharaf, entregou sua renúncia ao (governante) Conselho Supremo das Forças Armadas – disse o porta-voz do gabinete, Mohammed Hegazy, em um documento divulgado pela agência de notícias oficial MENA.
– Devido às difíceis circunstâncias que o país atravessa, o governo vai continuar trabalhando até a renúncia ser aceita – indicou.
No entanto, segundo a televisão estatal, o Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito rejeitou a renúncia do gabinete.
Pelo menos 24 mortos
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Desde o último sábado, 24 pessoas morreram em confrontos entre forças de segurança e manifestantes na simbólica Praça Tahrir do Cairo e em outras cidades do país. Os confrontos ocorrem a uma semana do começo das eleições legislativas, no dia 28 de novembro, que se estenderão por meses.
Os manifestantes exigem o fim do poder militar instaurado em 11 de fevereiro após a renúncia do presidente Hosni Mubarak, acusado de querer se perpetuar no poder e manter o sistema repressivo do antigo regime.
Essam Sharaf, nomeado para a liderança do governo em março, era muito popular no movimento pró-democracia, mas sua imagem foi comprometida devido a sua fraqueza frente à tutela das Forças Armadas e à lentidão em aplicar as reformas.